A eleição deste ano no Espírito Santo representará, com certeza, o sepultamento dos partidos políticos. O que mais chama a atenção é que as traições são feitas à luz do dia, como acaba de ocorrer no lançamento da candidatura a deputado federal de Guerino Balestrassi em Colatina, pelo PSDB.
Estavam lá Paulo Hartung (PMDB), na companhia do presidente regional do PSDB, o deputado federal e candidato a vice, César Colnago, e o prefeito de Colatina, Leonardo Batata, do PT, um partido que se perde no Estado por causa de seus Batatas.
O que fortalece a suspeita da candidatura laranja do deputado estadual Roberto Carlos (PT) ao governo do Estado, muito embora o candidato não aceite o papel que querem lhe impor. Mas, para sair dessa condição, vai ter que sair chutando muitas batatas dentro do PT.
E as mudanças de partido? Quantas vezes Hartung já trocou de sigla? E o senador Ricardo Ferraço (PMDB)? Quem não muda, se ferra, como o ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas. Mais uma vez, tiraram dele o Senado. Era o favorito na chapa com o governador Renato Casagrande e o PSDB trocou a candidatura dele pela vice de Hartung. Em 2006, também tiraram o Senado dele. Ele virou deputado federal e vai tentar novamente agora.
O caso do Luiz Paulo é de coerência com o seu partido, assim como existem casos de coerência no PT, como Iriny Lopes, Perly Cipriano, Claudio Vereza, Ana Rita, o ex-deputado estadual José Otávio Baioco e mais um pouco. Só mais um pouco mesmo, pois o partido foi violado desde quando o ex-prefeito João Coser o alinhou com PH. Como ficam os sonhos dos petistas rebeldes?
Aí fica o ex-presidente Lula pregando a necessidade de acabar com os partidos criados com a única intenção de levar vantagem. Não deixa de estar certo. Esse alinhamento clandestino com Hartung? Tem a intenção de apoiar Coser, por debaixo dos panos, para o Senado.
Esses tipos de aliança ocorrem também em outras disputas. A exemplo de Baixo Guandu, reduto eleitoral do atual deputado estadual Dary Pagung (PRP). Lá tinha outro candidato a deputado estadual, o ex-prefeito Lastênio Cardoso, do PMDB. De repente, o excluíram para aumentar a votação do Dary. O deputado faz parte daqueles que fazem coligação com pequenos partidos e ganham o mandato com votação que mal daria para ser vereador em Vitória.
O cenário indica meramente uma eleição estadual, sem nenhuma conexão com as eleições para a Presidência da República. Ou melhor: trata-se de uma trapaça a eleição no Espírito Santo.