A euforia do PSB diante das real possibilidade de reeleição do seu principal patrimônio político, que é o governador Renato Casagrande, manifestado em reunião nesse final de semana, exige um mínimo de prudência.
Primeiro, o partido não tem cacife para sustentá-lo sozinho. Daí os esforços do governador em manter coesa a base partidária que conduziu sua eleição, preservando-a nas eleições municipais deste ano.
Há de se reconhecer, porém, que Casagrande vem fazendo milagres com o modesto capital político que tem o PSB. Ganhou uma eleição de deputado federal quando o capital eleitoral não ia além de uma vaga na Assembleia Legislativa, e foi para o Senado beneficiado pelo temor de bem-dotados eleitoralmente, temerários em enfrentar o ex-governador Max Mauro.
Só que agora o que está na reta é o dele. Governador do Espírito Santo aspiram vários: uns poucos bem dotados, outros para engates em conjunturas partidárias. Havendo também quem possa se aventurar como o senador Magno Malta (PR). Um reconhecido encantador de serpentes, acostumado a enfrentar desafios e levar a melhor.
É do gênero de quem ignora acordos, disputa de cara limpa e com discurso dirigido aos menos favorecidos. Sozinho saiu de vereador, em Cachoeiro de Itapemirim, a senador, surrando as elites e ganhando em cima do ex-governador Paulo Hartung (PMDB). Num período, inclusive, em que PH, com poderes total, elegia quem bem queria. Mas mesmo dispondo de tamanha condição, não conseguiu evitar a reeleição de Magno.
A tática de Casagrande em preservar a vida política do ex-governador, como acaba de ocorrer ao manter o PMDB em seu poder, é faca de dois gumes. Tanto pode beneficiar Casagrande no futuro, como também atrapalhá-lo. Pois Hartung, com bala na agulha, é um tirano, mas com pouca munição, um traiçoeiro tigre dentro da sua floresta.
De resto, há poucos que possam mexer nesse atual vespeiro que é uma eleição agora para o governo do Estado. Há projetos em formação, mas de 2018 em diante. Um Audifax Barcelos (PSB), na sequência de Renato Casagrande, por exemplo.
Um PT, mas com a enfermaria cheia de lesados, entre eles o atual prefeito de Vitória, João Coser, e o de Cariacica, Helder Salmão, e com os prefeitos eleitos Carlos Casteglione (Cachoeiro de Itapemirim) e Leonardo Batata (Colatina) no seu limite, ou seja, no tamanho municipal. O PDT de cócoras e o DEM apostando numa aventura chamada Rodney Miranda.
É contigo, Casão!