Desde o final de 2012, um cenário começou a se formar na cabeça da classe política capixaba: com a redução dos recursos federais e a crise política e moral que se instalou no País, os prefeitos eleitos naquele ano teriam muita dificuldade em seus mandatos.
Embora as lideranças políticas tenham sempre um cuidado extra ao analisar os dados das pesquisas encomendadas pela imprensa corporativa, todo mundo já sabia que o resultado dos levantamentos feitos pelo Futura não apontariam um mar de rosas para os atuais prefeitos.
A tendência, aliás, é nacional. Quem está com a caneta está em baixa e o horizonte não é muito melhor para quem vencer a disputa no próximo ano. Será preciso ter criatividade para driblar a antipatia do eleitorado com a classe política em geral.
Mas no caso de alguns prefeitos que foram eleitos com um capital político elevado e com promessas de futuro melhor, como Rodney Miranda (DEM), em Vila Velha, e Luciano Rezende (PPS), em Vitória, a coisa é mais preocupante. Seus desempenhos vão ser postos à prova em cenários pulverizados de lideranças políticas com musculatura para enfrentá-los com vantagem.
A disputa do ano que vem vai ser marcada por prefeitos em queda e adversários com pedras na mão. Mas é preciso ter muito cuidado com as promessas. Tudo será cobrado e quem ficar naquela lenga-lenga de que encontrou o cofre vazio não vai convencer o eleitor.
Neste cenário, até quem se dizia o grande campeão de popularidade já percebeu, ou deveria perceber, que a coisa é bem diferente. O governador Paulo Hartung não consegue alçar voo muito acima da casa dos 30%, na Grande Vitória, região em que teve dificuldades eleitorais em 2014.
Isso é preocupante para quem está no governo há apenas seis meses. Mais uma vez o discurso de desconstrução do antecessor mostra sinais de que não convence e o Palácio Anchieta precisa virar a página.
Fragmentos:
1 – A coluna do professor Roberto Garcia Simões, publicada no jornal A Gazeta desta terça-feira (9), faz uma importante análise do Plano Estadual de Educação, que começou uma tramitação surda na Assembleia Legislativa esta semana. Mostra, por meio dos números, que há muito mais além do Escola Viva para se fazer.
2 – A educação sempre foi uma bandeira política explorada no Brasil, porque é um problema que atinge a população, mas não tem uma visibilidade tão grande quanto segurança e saúde, que envolvem vida e morte.
3 – Até quando o tema será tratado com soluções mágicas e sem a discussão ampla com a população é que torna o grande desafio da sociedade e da classe política.