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No mesmo rumo

Na semana que se foi, à Assembleia exercitou seu poder de fogo contra o governo do Estado, mas dentro dos limites que ela própria demarcou para si: que vai somente até secretariado de Paulo Hartung, como acaba de ocorrer com o titular da Agricultura, Octaciano Neto, fortalecendo a impressão dominante de que o governador Paulo Hartung, como nos seus dois mandatos anteriores, mantém a Assembleia submissa às suas vontades.
 
Comprova-se essa condição quando ela dá ao governo autonomia para mexer nas suas dívidas, alterar o orçamento do Estado de acordo com a sua conveniência e manipular livremente às suplementações para os Poderes. São três situações sinalizando que a Assembleia de hoje não difere das anteriores em termos de autonomia ao Executivo estadual apesar das atitudes isoladas dos deputados Enivaldo dos Anjos (PSD) e Sérgio Majeski (PSDB), que acabam quebrando a monotonia da Assembleia.
 
Majesk elegeu para o seu mandato a bandeira da educação. Os equivocos do governo na implantação do Escola Viva deram visibilidade ao deputado tucano, que soube criticar o governo com autoridade peculiar de quem é da área. Majeski vai no caminho da organização da comunidade escolar – pais, alunos e professores. O deputado, mesmo praticamente sozinho no legislativo, conseguiu desgastar a estratégia do governador Paulo Hartung de fazer do Escola Viva seu maior projeto para a área de educação.
 
O atuação de Enivaldo já é diferente. O experiente deputado do PSD prefere partir para o confronto com instituições historicamente temidas, caso do Judiciário e Ministério Público. Além de outro desempenho de alto risco, pois envolve um setor perigoso: a Máfia os Guinchos que ele enfrenta na CPI que propôs e preside.
Mas quando se trata de oposição a PH, Enivaldo não tem a mesma volúpia. Não se curva, não teme o governador, mas age sempre em favor dos interesses do Palácio Anchieta, como se fosse um deputado da bancada da base governista, apenas com o poder em discordar quando julga inconveniente politicamente.
 
De outro lado, os deputados eleitos pelo PSB do ex-governador Renato Casagrande – Eustáquio Freitas e Bruno Lamas – estão longe de representar a oposição como deveriam ou como se esperava. A ponto de assistirem com total indiferença o governador Paulo Hartung alvejar constantemente o legado de Casagrande, principal liderança do partido deles. Um padrão de comportamento que tornou-se comum na Era Paulo Hartung.
 
Se Casagrande não tivesse tomado a decisão de se defender do ataques do atual governador, combatendo bem seu prestígio político, já teria ido pro sal, como ocorreu, sobretudo, com o ex-governador José Ignácio Ferreira.
 
É nesse contexto que PH está a passar a ideia do leilão para as próximas eleições. A exemplo do que promove em Cariacica em que, ora incensa o prefeito Juninho (PPS) e ora chega-se ao deputado Marcelo Santos (PMDB), que deve ser o adversário de Juninho em substituição ao deputado federal petista Helder Salomão.
 
Essa entrega dessa Assembleia a PH é diferente das outras, no que tange principalmente à questão da sua imagem. Ele não é mais aquela figura que arbitrou o bem e o mal nos seus dois primeiros governos. Porque se encontra hoje sob o julgamento da própria população, em função dos seus casos de enriquecimentos, que vieram à tona na disputa ao governo nas últimas eleições.
 
O governador Paulo Hartung de hoje já não é mais o de antes, mas a Assembleia atual não mudou nada.

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