Esta semana o governador Paulo Hartung (PMDB) se reúne com o Conselho Estadual de Direitos Humanos (CEDH) e com as igrejas. É verdade que o encontro com o CEDH só acontecerá porque o grupo enviou ofício pedindo para marcar audiência. Mas em um momento de crise, o governador não está em condições de criar animosidades com a sociedade civil.
Muito pelo contrário. Para fortalecer seu discurso de nova “reconstrução” do Estado, depois dos “desarranjos” fiscais do governo anterior, para colocar o Espírito Santo nos “trilhos” novamente, Hartung precisa se blindar. Não basta repetir o mantra. Precisa que todas as forças políticas e sociais estejam agrupadas em torno de seu governo, para evitar cobranças.
Com a proximidade do tal planejamento estratégico, quando a entidade Espírito Santo em Ação, que anda quietinha, deverá novamente dar as caras e com a possibilidade da publicação do balanço do primeiro quadrimestre do governo, Hartung precisa estar seguro de que ninguém vai começar a questionar seus primeiros meses, o que poderia desestabilizar sua governabilidade.
A ideia é deixar o antecessor, Renato Casagrande (PSB), pregando no deserto. O socialista vem rebatendo todas as ações do sucessor, que visam a desconstruir sua imagem. Mas na medida em que os aliados de Casagrande abandonam o barco, fica mais difícil questionar Hartung, ainda mais com a mídia corporativa voltando a atuar na blindagem da vitrine do peemedebista.
Paralelamente, Hartung tenta construir uma imagem diferente de seu terceiro governo. É menos gabinete e mais rua. O governador vem viajando o Estado, tirou o terno e busca aproximação com a população para tentar desvincular a imagem de elitista. Mas com suas políticas de controle de gastos em áreas sociais, não vai adiantar muito apertar a mão. Além disso, o discurso contra Renato Casagrande também tem data de validade.
Fragmentos:
1 – Mesmo com todos os avisos dos organizadores sobre o fato de o movimento desse domingo (15) ter sido apartidário, a classe política capixaba quis ser incluída e sofreu nas redes sociais. Muitos internautas foram para cima de políticos capixabas.
2 – A ex-deputada federal Iriny Lopes, porém, foi para o ataque contra o PT, ou melhor, contra os companheiros do partido que permanecem no governo Paulo Hartung.
3 – “Lelo [deputado federal Lelo Coimbra] e Ricardo [senador Ricardo Ferraço] convocando ato contra Dilma e o PT/ES continua nesse governo. Vergonha e indignação”, disse a ex-deputada nas redes sociais.