O governador Paulo Hartung (PMDB) vem tentando se aproximar do prefeito de Vitória e isso não é segredo para ninguém. Curiosamente, Luciano Rezende (PPS), que assim que Hartung venceu a eleição em 2014 buscou uma aproximação com o governador, depois de vencer a disputa à reeleição para prefeitura mudou a postura e a situação se inverteu.
Hartung teria trabalhado nos bastidores para tentar desidratar o palanque do prefeito, estimulando outras lideranças, entre elas o deputado estadual Amaro Neto (SD), a se candidatarem. Depois ele perdeu o controle sobre Amaro, mas aí já era tarde e essa é outra história.
O assédio a Luciano Rezende não é um caso isolado. Esta seria a nova estratégia do governador para desidratar o palanque de seu principal desafeto. Muitas lideranças que caminharam com Casagrande em 2014 estão sendo procuradas pelo governador, principalmente alguns deputados estaduais.
Enquanto a classe política observava a movimentação do governador, acreditando que seus aliados na Assembleia trabalhariam pela rejeição das contas do socialista, o Palácio surpreendeu não ingerindo no processo. Na semana em que as contas de Casagrande de 2014 foram aprovadas, as movimentações com os deputados da base de Casagrande se intensificou.
Mas em vez de represálias e isolamentos, como aconteceu com lideranças que não se afinavam com o governador, a estratégia é de cooptação. Hartung tem buscado atender as demandas das bases dos parlamentares, além de afagar os prefeitos do partido de Casagrande. A ideia seria a de retirar do grupo do socialista o maior número possível de apoiadores, para tentar isolar o ex-governador.
Essa movimentação de Hartung coloca em dúvida as apostas de que o peemedebista vai disputar uma vaga no Senado ou em outro cargo fora do Palácio Anchieta. Casagrande, ao que parece, vai tentar voltar ao cargo em 2018 e pode protagonizar uma nova disputa com o governador, que estaria construindo o caminho para sua reeleição.