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Novos tempos

É triste que no Brasil atual, de acesso tão fácil à informação, onde o debate social avança a passos largos e quando fica cada vez mais evidente a necessidade de uma sociedade mais inclusiva e igualitária, ainda proliferem os pensamentos segregacionistas e preconceituosos. Atitudes violentas que ferem a diversidade humana e promovem o crime.
 
Esse desrespeito humano fica claro, quando na semana passada um leitor da coluna fez o seguinte comentário por ocasião da comemoração do dia municipal de luta contra a homofobia – “Gays aberração da natureza. abaixo qualquer lei a favor deles. ”  O referido leitor não me parece fundamentalista religioso ou mesmo fanático, mas é fruto da opressão de dogmas impostos a uma educação equivocada e recheada de estereótipos.
 
Um fruto rançoso e deturpado de um machismo, que coloca hoje o Espírito Santo no topo do ranking nacional de homicídios contra mulheres e onde mais se mata por motivos fúteis. A homofobia, por exemplo, assim como o racismo e o sexismo, tem suas raízes plantadas na religião, que se investe da divindade para dominar impor sua intolerância na política, nas famílias e nas escolas, criando sim, as verdadeiras aberrações como é o leitor já referido.
 
Uma nova era libertária se aproxima, somos aqui arautos desse novo tempo, lutamos para evitar o retrocesso e promover mais avanços no compromisso com uma sociedade cada vez mais equânime, verdadeiramente democrática e justa. Como sempre frisamos: com respeito aos direitos de cada um e, acima de tudo, com liberdade de expressão, que em hipótese alguma pode ser confundida com liberdade de opressão.
 
A tênue linha que separa o direito de um do direito de outro, é a sua capacidade de reagir, ou justamente o medo, que gera a acomodação e o armário escuros onde por muito tempo sufocamos nossa individualidade e sofremos o escárnio, quando fomos violentados e nossos direitos e deixados a deriva, sempre postos a caminho da marginalidade.
 
Como disse hoje, os tempos são outros! Chega de gaiolas e submissão, chega de argumentos pífios de uma religião sem moral que se marginaliza dia a dia. Chega de ficar calados ante comentários sem fundamentos de pessoas ignorantes, que se acham superiores por terem sucumbido à doutrina do ódio, e que se recusa a ver esses novos tempos, que se julgam “normais”, mas sofrem com um recalque enrustido. Essas pessoas não conseguem ser de fato quem são, e agridem quem, ao contrário, se libertou do cativeiro do estigma.
 
Vamos avante! Temos muito a fazer para construir essa nova sociedade. Nosso caminho é difícil, pois estamos às voltas com a falta de escrúpulos, com a falsidade, a calúnia e a demagogia. Porém, cada vez mais fortes, venceremos essas barreiras e veremos cair mais e mais muros de hipocrisia que tapam o sol da lucidez e da verdadeira moral.
 

Luiz Felipe Rocha da Palma (Phil Palma) é publicitário. Nas “horas vagas” (às quartas) comanda o programa “Praia do Phil” pela Rádio Universitária FM, onde defende os LGBTs e denuncia a homofobia. Fale com o autor: [email protected]

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