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O Centro agoniza 

Discurso do deputado estadual Sergio Majeski (PSB) pronunciado terça-feira passada (4), da tribuna da Assembleia Legislativa, traz de volta um assunto que deveria merecer maior atenção do poder público: o Centro de Vitória.

A região sofre com a ausência de projetos de revitalização mais efetivos. O Centro morre e com ele vários monumentos históricos abandonados, ruas e prédios públicos mal conservados e tomados por pessoas em situação de rua, um problema que atinge, também, outros bairros da cidade, inclusive a chamada “área nobre”. 

O parlamentar citou como exemplo o histórico colégio do Carmo, destacando a dificuldade de se transitar pela calçada do prédio tanta é a quantidade de fezes humanas, urina e lixo amontoados. 

Este é apenas um dos vários locais onde a ausência da administração municipal é notada. Enquanto isso, projetos de revitalização alardeados no início do primeiro mandato do prefeito Luciano Rezende (PPS) ganharam o esquecimento do poder público.  

Nessa terça-feira (4), o presidente da Companhia de Desenvolvimento, Inovação e Turismo de Vitória, Leonardo Krohling, ao comentar a doação ao Serviço Social do Comércio (Sesc-ES) da antiga sede do clube Saldanha da Gama, afirmou que o evento “é mais um grande passo rumo à revitalização do Centro”. 

Como? Essa poderia ser a pergunta diante de uma declaração tão sem conteúdo, que não traduz a realidade e demonstra o distanciamento da atual administração da capital com a sociedade.  A doação da sede do Saldanha ao Sesc-ES pode até ser considerada um ato digno de elogios, sem levar em conta a polêmica que envolveu todo o processo, mas está muito aquém de contribuir para revitalização da zona central da cidade.

A começar pela falta de diálogo. A Associação de Moradores do Centro de Vitória (Amacentro) lamenta que a prefeitura não tenha dialogado não só com as entidades e moradores do bairro, como também com a sociedade em geral para buscar entender seus anseios. 

A associação não foi convidada oficialmente para o evento de assinatura nem teve atendido seu pedido por uma audiência pública para discutir o tema. Uma demonstração de que a questão foi resolvida em gabinetes.

Essa característica, é bom ressaltar, acompanha o prefeito da capital desde o seu primeiro mandato, apesar do projeto “Gestão compartilhada”, hoje praticamente esquecido, que não passa de uma ação de marketing incapaz de mudar a realidade não só do Centro, que agoniza, mas de toda a cidade, principalmente as zonas periféricas. 

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