Um no Senado, um na Câmara e outro na Assembleia. Parece que em breve o clã Ferraço vai dominar todos os espaços políticos do parlamento, muito disso graças à habilidade política de seu líder: Theodorico Ferraço (DEM). Com mais de 50 anos de carreira pública, jeito intempestivo e muito controle sobre aquilo que quer conquistar, não há quem diga que Ferraço não consegue o que quer. Ele sempre consegue.
Queria ser presidente da Assembleia, ainda na primeira parte do governo Renato Casagrande, e fez uma manobra daquelas para se meter na vice e conseguir a presidência com a ida de Rodrigo Chamoun (a quem ajudou a eleger) para o Tribunal de Contas do Estado. Uma vez na cadeira de presidente não saiu mais, desde 2012 e continuará 2015 adentro.
O filho é diferente, mas também não foge muito ao estilo. Queria ser governador – e a coluna acredita que ainda quer –, mas se contentou com um mandato de Senador e isso é que prêmio de consolação. Mas agora quer ser presidente do Senado. Sua batalha em Brasília, porém, é muito mais dura do que a do pai, na Assembleia.
Mas, mesmo sendo mais um senador no meio de um mar de tubarões que é o Senado, Ferracinho conseguiu espaços importantes na Casa e aos poucos vai construindo uma imagem popular, às vezes polêmica, enquanto espera aumentar sua musculatura política e entrar como um protagonista no jogo político capixaba.
Quer também uma vaga para a mulher, a ex-prefeita de Itapemirm, Norma Ayub (DEM), na bancada capixaba. Alguém duvida que ele vai conseguir? Moveu céus e terras, brigou com o presidente do partido, Rodney Miranda, ameaçou sair e hoje é o governador Paulo Hartung que vem tentando uma engenharia para acomodar a mulher de Ferraço.
Tentou puxar os deputados eleitos na coligação dela para o secretariado: aliados Lelo Coimbra (PMDB), Max Filho (PSDB), Jorge Silva (Pros), Carlos Manato (SD) e agora, novamente, Lelo Coimbra. Precisa abrir uma vaga para acomodar Norma Ayub na Câmara. Mas não seria mais fácil acomodá-la em uma pasta no governo? Seria. Mas o clã Ferraço quer mandato.
Os dois são candidatos em 2016, ele em Cachoeiro e ela em Itapemirim e alguém duvida que são os dois favoritos? As movimentações atuais indicam para os meios políticos que não é prudente duvidar da capacidade de Ferração em conseguir o que quer.
Fragmentos:
1 – Não há dúvidas de que o prefeito Rodney Miranda (DEM) saiu mal do episódio que terminou em tragédia na Prefeitura de Vila Velha, nessa sexta-feira (23).
2 – Para quem não achava que Hartung não iria entrar no debate interno da Assembleia, ele não só entrou na disputa pela presidência como também estaria influindo na distribuição dos espaços nas comissões.
3 – Enquanto isso, o mercado político continua de olho nos espaços que ainda não foram ocupados no governo Paulo Hartung.