O consumo é incentivado em vários países, sendo o seu nível uma das formas de classificar se o país é ou não desenvolvido; ou seja, quando há um elevado nível de consumo pela maior parte da população, contribui para classificar o país como desenvolvido.
Viajar é preciso para apreendermos a história passada e a presente, as diferentes culturas, valores e comportamentos. As “viagens” ocorrem de diferentes maneiras, seja a partir das informações obtidas através dos meios de comunicação, tais como: a televisão, os jornais e revistas impressos, nos livros ou mesmo nas viagens concretas, com deslocamentos até outros lugares diferentes do seu de origem.
Nas viagens através das escritas ou das vividas na prática, é possível conhecer as diferenças e reconhecer as semelhanças entre os comportamentos e práticas dos povos e civilizações e, a partir daí também podemos entender que nem somos melhores, nem os únicos e muito menos os piores.
Após a globalização, as crises: econômicas, sociais e políticas, transcendem a divisão geográfica e atingem todos os povos e civilizações; logicamente em proporções diferentes, com países mais vulneráveis aos “males socais” do que outros.
Dos aprendizados obtidos a partir disso podemos identificar algumas diferenças nas relações de consumo. No Brasil, há um incentivo forte ao consumo, mas como a carga tributária e o lucro são exorbitantes; logo, o hábito de pedir descontos e de pechinchar é imprescindível, apesar de ainda não ser a regra.
Nos EUA há uma febre pela caça aos cupons, porque eles garantem descontos vantajosos nas compras, o que acaba incentivando o consumo, e paralelamente, o desperdício também, porque em muitos casos, quanto mais compram, mais barato fica o valor da conta, mas nem sempre os produtos comprados são realmente necessários. Existe inclusive um programa na televisão que trata sobre o cupom mania.
Lá não adianta pechinchar, assim como em países europeus. Os europeus parecem menos consumistas do que os brasileiros e os americanos, sendo considerados mais educados financeiramente.
O que faz a diferença entre as relações de consumo praticadas entre esses povos? A educação, a cultura, a prática do planejamento, o acesso a produtos e serviços- se facilitado ou não, a cultura do ser e do ter, o nível de consciência ambiental, a base do consumo – se pautado na necessidade ou na vontade e, no reconhecimento do momento oportuno, do prazo.
Viajar na história é preciso para conhecer as práticas de consumo e assim aperfeiçoar a nossa, podendo a partir dela mudar a cultura e o comportamento do consumidor, no que for necessário, a fim de garantir a sustentabilidade para as gerações futuras.
Em tempo de crise, vale lembrar que é a partir do consumo que vem o endividamento; logo, a importância de melhorarmos a qualidade no nosso padrão de consumo, para alcançarmos ou mantermos a saúde financeira da família.
Ivana Medeiros Zon, Assistente Social, especialista em Saúde da Família e em Saúde Pública,Educadora Financeira, membro da ABEF – Associação Brasileira de Educação Financeira, palestrante, consultora, colunista do Portal EduFin www.edufin.com.br
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