Quinta, 18 Abril 2024

O debate

Tempo de eleições é tempo de debates. Em menor escala no Brasil, em alto estilo nos states, onde decidem se querem um novo presidente ou fazem um replay. O debate dessa semana deu no que deu, ou melhor, no que não deu, pois não mudou a opinião de ninguém. Quem apoia Obama diz que ele se saiu muito melhor; quem apoia Romney diz que ele se saiu muito melhor. Resta ir atrás dos votos dos erroneamente chamados de indecisos.

 
Englobam nessa categoria os que estão em cima do muro, e formam duas castas distintas - os que estão esperando os debates para se definirem, e os num-tô-nem-aí. Por enquanto, ambos os lados continuam indefinidos, e provavelmente continuarão assim até a febre eleitoral passar. O X maiúsculo na grande decisão desse ano é o sistema de saúde, que mesmo estando em seus últimos extertores, consegue ressuscitar a cada eleição. Às vezes até a define.
 
Diante desse quadro indefinido, nada mais apropriado que ouvir a opinião das ruas. Ou da Internet, que sabe o quer. Pergunto a Sean Connery (não, o nome é igual, apenas) se o debate muda alguma coisa... “Um ou dois votos, não mais”. Se muda tão pouco, por que perder tempo e tanto dinheiro para armar esse circo na TV? “Ora, porque é uma tradição americana que o mundo todo copiou, não podemos mudar agora”. Faz sentido.
 
Respondendo à pergunta se assistiu ao debate, Carlo Monterosa responde que sim, “Pra mim é igual corrida de Fórmula I, que todo mundo assiste esperando acontecer um desastre de grandes proporções. Quem sabe um dos candidatos, em desespero de causa, joga uma torta no outro? Ou pelo menos o copo dágua? Isso tornaria memorável esse tedioso evento”. Tudo bem, mas em qual candidato vai votar? “Ah, não voto, sou imigrante ilegal”.
 
(Atenção , não esquecer de perguntar o status no país antes da entrevista). Pergunto a Mary Smith, nome que equivale a Maria Santos no Brasil, se pretende votar nessa eleição... “Claro, é meu dever cívico para com a nação”. Bonito isso, imagina se no Brasil a eleição não fosse obrigatória, alguém ia se dar ao trabalho? Só se distribuíssem vale refeição, uma ideia que ainda não lançaram aqui. Mary foi a única que admitiu ter mudado o voto por causa do debate, “Eu ia votar no Romney, mas aquela declaração de amor pra Michelle me conquistou!”
 
A enfermeira Alina Porth diz não perder eleição por nada, pois vota pelo correio e não precisa selar o envelope. Essa é uma das poucas ideias americanas ainda não adotada no Brasil, não o porte grátis, mas o voto pelo correio. Pergunto em quem vai votar... “Na Bertha Vareza, que é minha vizinha e muito boa pessoa”. Desculpe, falei na eleição pra presidente... “Ah, esqueci que na eleição pra diretora da escolinha do meu filho puseram também a eleição pra presidente, só pra atrapalhar.”
 
O pessoal da Internet é mais antenado. Um certo Eric Z, disse... “Eleição não é decidir entre Burguer King ou McDonald, Pepsi ou Coca Cola. Esses candidatos são tão diferentes como Plutão e Mercúrio; quem é indeciso numa eleição deve ser indeciso em tudo mais na sua vida”. Neil Bridge acha que, ao contrário, os indecisos é que salvam a nação. “Não gostei do debate e continuo indeciso. Não foi um debate para mostrar planos de governo, foi uma competição de narcisismo”.
 
Jesus Morella foi simples e direto... “ Voto no Obama, embora ele tenha sido um desastre no debate. Foi tão humilhado! Horrível!” Horrível, meu amigo, é o mensalão que atrai mais atenção do que a eleição, e tanto um como a outra não vão mudar nada. Mas alguma coisa sempre se salva, e parece que está criando um novo herói da mídia. Sejamos otimistas, pois essa é a hora de mudar a história.

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