O problema de se ter um grupo político tão grande, como o que tem o governador Paulo Hartung (PMDB) é acomodar as lideranças nos espaços políticos a serem preenchidos. Um dos grandes problemas para a eleição de 2018 é o que fazer com o senador Ricardo Ferraço (PSDB). Ele parece estar no lugar errado e no partido errado para os planos do governador.
Ricardo, assim como Magno Malta (PR), estará disputando a reeleição para o Senado em 2018, mas a situação do republicano é mais confortável. Se o governador, por ventura, quiser disputar a eleição ao Senado, a impressão do mercado é de que ele não vai querer bater chapa com Malta, que transita em uma fatia do eleitorado mais flexível que a de Hartung.
Hartung por sua vez seria fundamental na campanha de reeleição do tucano, mas pode muito bem não emprestar seu prestígio a Ricardo Ferraço, para que ele próprio possa disputar a eleição. Neste caso, caberia ao senador se encaixar em outro espaço. Mas qual?
Se tudo seguir como o plano inicial, o primeiro da fila sucessória é o vice-governador César Colnago, também tucano. Por isso, a tendência de pouco espaço para Ricardo Ferraço. É difícil imaginar que o senador dê um passo atrás e tente uma cadeira na Câmara dos Deputados.
Bom, não seria a primeira vez que Ricardo Ferraço tem de abrir mão de um projeto em nome do grupo. Em 2010, ele tinha a senha número um na sucessão de Hartung, mas foi retirado da fila, dando lugar a Renato Casagrande.
O Senado foi um belo prêmio de consolação, mas agora, se Hartung quiser a vaga, e só pode haver duas candidaturas de senador por palanque e ele não vai se furtar a novamente tirar Ricardo Ferraço do caminho. A menos que o senador mude de partido até 2018, uma vez que o PSDB é aliado tucano, e mude também de lado. Mas isso é muito difícil. Pode ser também que Hartung venha a sair do PMDB e o partido tente mesmo o governo com a senadora Rose de Freitas, puxando o palanque.
Mas ainda falta muito tempo, muitas mudanças acontecerão no cenário local e nacional e nada é certo sobre o caminho que Hartung seguirá em 2018. O governador também tem de lidar com outra preocupação, o caminho a ser seguido pelo deputado estadual Amaro Neto (SD), que saiu com capital político da disputa pela prefeitura de Vitória que o credencia para concorrer a um vaga ao Senado.
Fragmentos:
1 – Se tem gente que projeta a candidatura do governador Paulo Hartung, em 2018, até como presidente da República – isso os mais otimistas, claro – há quem aposte que ele é candidato mesmo é à reeleição ao governo do Estado.
2 – Quando se olha para o cenário político nacional não dá para descartar essa possibilidade. Ainda mais quando se conhece o gosto do governador em manter o controle político no Espírito Santo.
3 – O contador da campanha de Cacau Lorenzoni (PP) acredita que não há qualquer irregularidade na prestação de contas do deputado estadual. Acredita que ele terá as contas aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e que vai tomar posse tranquilamente na prefeitura de Marechal Floriano, região serrana do Estado, para a qual foi eleito em outubro último.