É preciso registrar, justiça seja feita, que nas gestões anteriores de Hartung, o silêncio sepulcral do legislativo estadual foi quebrado pela voz dissonante de Euclério Sampaio (PDT). Mas que com o tempo, livrou-se dessa solidão legislativa passando a integrar o esquadrão subserviente a PH.
A decidir passar para o lado de Hartung, Euclério renunciou uma série de denúncias que ele havia feito contra o atual governador, como, por exemplo, o Posto Fiscal Fantasma, que jogou para o ralo R$ 25 milhões numa obra que nunca saiu do papel. Para torna-se na atual legislatura o principal atirador do governador para cima daqueles que possam pôr em risco o futuro político dele.
Com certeza, com o êxito do Enivaldo e do Majeski essa mudança de lado de Euclério Sampaio deve assegurar-lhe uma reeleição mais tranquila, ao contrário dos apertos das duas últimas que foram suadas. Quanto ao prestígio que andou perto de conquistar junto à população, nessa época em que postava-se como oposição a PH, desmoronou com enorme rapidez quando começou a abandonar as críticas que havia feito no passado.
A ansiedade da população em contar com um protagonista de oposição, frustrada com o pedetista, foi preenchida com os desempenhos de Enivaldo e Majeski na atual legislatura, manifesta na admiração que hoje tributam a um e outro. Dando-lhes condições de serem capazes de voos eleitorais bem mais altos.
Não se trata de ser o novo, mas o que estava faltando à democracia no Espírito Santo, uma Assembleia que simplesmente exercesse o papel de instituição fiscalizadora do Executivo e demais Poderes.
A classe política, quando mede a receptividade popular de Enivaldo e Majeski, assusta-se com as oportunidades que ambos terão em futuro processos eleitorais. Enivaldo já declarou que vai disputar à prefeitura de Vitória e quer fazê-lo independente, por conta da força do seu mandato. Sozinho e sem nenhum astro (deve estar se referindo ao atual governador e ao ex-Renato Casagrande) em seu palanque.
Quanto a Majeski, ele faz um papel diferente do de Enivaldo, que até açoitou oficiais da PM de alta patente na CPI da Máfia dos Guichos, que comanda. O deputado do PSDB se mostra compromissado com as demandas da população. Pegou o tema da educação como bandeira e desconstruiu o discurso do governo do Estado, que elegeu o Escola Viva como seu principal projeto para a área social. As críticas de qualidade à política de Educação, fizeram de Majeski uma ameaça a PH.
Sozinho e encurralo pelo governo, o futuro político de Majeski ainda é uma incógnita, mas no ritmo que vem, o tucano pode dar ainda muito trabalho para PH, que se encontra num processo de rebaixamento de popularidade.