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O governador encalacrado

Essa história da delação premiada do ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Júnior, o BJ, da doação de R$ 1 milhão para o governador Paulo Hartung (PMDB), em 2010 e 2012, põe em xeque toda a construção maniqueísta de política criada por Hartung desde seu primeiro mandato. Lembra a história do escorpião encalacrado, aquele ser perigosíssimo, que diante de situações de perigo acaba fisgando a si mesmo.
 
Hartung separou a política do Estado em o bem e o mal. Do lado dele, estavam as instituições, as entidades, todos aqueles que queriam o bem para o Espírito Santo. Do outro lado, estava o mal e todos que não estivessem ao lado de Hartung, era automaticamente jogado do outro lado, do lado do mal. Mas agora, o governador se vê encurralado com as setas apontadas para o seu lado.
 
Tanto alimentou essa narrativa, que Hartung acabou sendo contaminado por ela. Fora do Estado, a dicotomia criada nos últimos anos foi outra. De um lado estava o juiz Moro e todo o desdobramento da Lava Jato. E todos que por ele eram apontados como envolvidos em um escândalo de corrupção irrigado pela Odebrecht são jogados na vala comum dos acusados.
 
Ainda sobre escorpiões, vale destacar a fábula em que o bicho, querendo atravessar um rio, convenceu um sapo a lhe dar carona, já que não sabe nadar. Quando chegou na outra margem do rio, o escorpião o picou. Atingido pelo veneno, o sapo ficou paralisado e questionou seu carona. Por que você fez isto? Agora nós dois vamos morrer! E o escorpião respondeu: “Porque sou um escorpião e esta é a minha natureza”.
 
Hartung sempre fez política demolindo seus adversários. É só lembrar a disputa de 2002, quando ele pregava uma “faxina ética” no Estado, mergulhando no que ele apontava como desmandos no Estado. Em 2006 e 2010, não precisou de um palanque bélico porque prevalecia no Espírito Santo a unanimidade.
 
Em 2014, porém, ao enfrentar Renato Casagrande (PSB), seu aliado até então, serviu de sapo, ferroado pelo discurso de quebradeira e irresponsabilidade. Agora, observa-se uma tentativa de jogar o peso para fora do Palácio Anchieta, sobretudo sobre o senador Ricardo Ferraço (PMDB), outro aliado de longa da data. Faz parte do senso de sobrevivência do governador, é de sua natureza.

Fragmentos:

1 – Os outdoors espalhados pela cidade sobre a votação das reformas da previdência e trabalhista estão colocando os 13 membros da bancada capixaba no mesmo bolo. A peça traz a foto dos 10 deputados federais e os três senadores, com os dizeres: “Eles podem fazer você trabalhar até morrer”.

2 – Mas não é bem assim. A maioria dos deputados federais capixaba é contra a reforma da previdência e já se manifestaram sobre isso. Entre eles Os deputados do PT Givaldo Vieira e Helder Salomão, além de Carlos Manato (SD), Sérgio Vidigal (PDT) e Norma Ayub (DEM) já se posicionaram publicamente contra a reforma.

3 – O outdoor destaca o deputado Lelo Coimbra (PMDB) e aí está certo. O líder da maioria do governo Temer vem defendendo a reforma da previdência no Estado.

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