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O ‘mata-leão’ do PSDB

O governador Paulo Hartung (PMDB), depois da rejeição do PSDB à sua entrada no partido, partiu para uma autêntica operação caça-níquel atrás de partidos de menor expressão eleitoral para atrelá-los aos seus atuais objetivos de poder. Sinal claro de um futuro incerto para quem até outro dia era uma espécie de mago eleitoral.
Quem tem ainda hoje capital eleitoral, a exemplo do ex-governador Renato Casagrande (PSB), e do prefeito de Vitória, Luciano Rezende (PPS), e outros mais autônomos pelas circunstâncias políticas atuais, caso do ex-prefeito de Vitória, Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB). Foram essas lideranças, aliás, que provocaram situações varejistas como essa, com PH precisando recorrer à captação de partidos pequenos e médios.
Visto perfeitamente como um novo quadro em formação para as eleições de 2018, com a constatação de que PH corre atrás de fórmula eleitoral salvadora, compensatória à sua redução política, urgindo somar forças necessárias para transpor obstáculos que já tomam feições claras.
Sinais também mais do que claros de que a eleição de 2018 será feita dentro do jogo democrático, relativamente ausente pelos excessos de poder que o governador Paulo Hartung empregou nos últimos processos eleitorais. Valendo-lhes três mandatos de governador e um outro de Renato Casagrande. Assim como existiu Casagrande num passado não muito distante, emanciparam-se também outros quadros diante do envelhecimento tático de PH.
Tanto é real que PH agora tem que contentar-se em jogar com o deputado estadual Marcelo Santos (PMDB). Convenhamos, se Marcelo fosse bom de política mesmo não teria levado, com levou, duas surras do Juninho, prefeito de Cariacica, na sua base eleitoral. Fora a incoerência de Marcelo, que até outro dia era Renato Casagrande de carteirinha.
E PH vai depender muito de Marcelo Santos no controle da Assembleia Legislativa. Pois foi ele quem fez presidente da Casa seu colega Erick Musso (PMDB), e escalou-se à primeira vice-presidência para ficar com o leme Legislativo em suas mãos. No fundo é trocar o ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas pelo Marcelo. Luiz Paulo não serve mais a PH. Está em outra, e a sua presença foi também encontrada na hora em que o seu partido trancou a porta para PH. Numa atitude clara de que estava politicamente no caminho correto, ou seja, fora fora do controle de PH.
A próxima eleição de governador também passa por Luiz Paulo. Sem, porém, ignorar o vice-governador César Colnago, que também deve estar no páreo. Quer dizer: o PSDB tem dentro de casa mais de um nome para o governo. Sem contar o senador Ricardo Ferraço. Mas esse parece estar decidido a seguir no Senado. Decisão que, a propósito, fecha as portas do Senado para e PH, que se quiser insistir em uma das duas vagas terá de enfrentar Ricardo e Magno Malta (PR).
Para que o PSDB chegasse a essa condição privilegiada à eleição de 2018, contou com Luiz Paulo, que não limitou-se à cláusula partidária. Foi figura importante na vitória de Luciano Rezende na capital, abrindo novos caminhos políticos distante da área de ação política do governador Paulo Hartung. E com a elegância de um desembarque sem traumas políticos da nave de PH.
Esse PSDB de agora, navegando em outras marés, com nomes capazes de ditar novo rumo político no Estado, deu, também, sinais claros de que não frequenta mais a confraria hartunguete. O partido criou coragem para aplicar em PH o chamado “mata-leão”, enfrentando a estratégia do medo imposta por PH para controlar a política capixaba.

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