O governador Paulo Hartung chega ao 10 dias de seu governo neste sábado e seus primeiros movimentos já deixam muito claro como serão os próximos anos de governo… nada mais do que foram os oito anos anteriores do seu governo. Nada para os servidores, corte de gastos com a máquina pública, entrega até da alma para o capital estrangeiro e um discurso de blindagem da vitrine política do governador.
Mas será mesmo possível retomar um cenário de 12 anos atrás? Sem o crime organizado para culpar e sem a antecipação dos royalties do petróleo para ajudar na reestruturação das contas públicas, Paulo Hartung é um mero mortal. Desta vez não tem um inimigo invisível e isolado para combater.
Seu principal adversário tem nome e sobrenome e já mostrou que não vai aceitar ser boi de piranha para o controle da classe política. Vai ter de conviver com Renato Casagrande respirando na planície e colocando uma pedra no sapato de Hartung a cada passo que o governador der.
Hartung assumiu o governo falando em energia, em inovação, em novidades em ouvir a juventude, mas o que se tem depois de dez dias de governo é um museu de “velhas novidades”. Seu secretariado é composto por velhos aliados, e os jovens ou são ligados a algum aliado ou não são tão novos assim.
Seus discursos foram uma coletânea assuntos palatáveis à opinião pública, mas que não têm espaço na dinâmica de seu governo. Hartung fala uma coisa e age de outra forma. Deu um tapinha nas costas dos prefeitos, irritou o funcionalismo público, está cozinhando a Assembleia Legislativa e acha que pode cooptar o judiciário.
Tudo isso aconteceu em apenas dez dias. Imagina o que serão os próximos quatro anos! Mas não serão, o Hartung que entra agora no governo não é o mesmo de 2003 e se ele não entender isso, corre o risco de ter um terceiro mandato desastroso.