Umas pelos maridos; as outras pelos filhos. O empenho das mulheres de policiais militares em defender os direitos dos respectivos maridos lembra a obstinação inabalável das Mães da Praça de Maio, que há décadas buscam os filhos desaparecidos na ditadura militar argentina (1976/1983). A comparação, claro, respeita as devidas proporções. Elas não deram o menor sinal de recuo ou desalento. Mais que isso: peitaram o governador Paulo Hartung (PMDB) e seus acólitos. Além de um discurso bem elaborado, elas sabem que ninguém é tão incauto assim para tratar mulher de militar com a mesma, digamos, deferência, com que se trata professores e outros servidores em estado de insatisfação. Vão sustentar a luta por muito tempo, até que o governo as ouça.
Os expurgos de Pompeu
O secretário estadual de Direitos Humanos, Júlio Pompeu, incorporou a granítica filosofia de Hartung, que, durante a crise da segurança, prometeu não deixar pedra sobre pedra na Polícia Militar. Uma servidora foi devolvida ao Iases dias após uma reunião de rotina. Motivo: uma pergunta que o secretário não apreciou. No dia 3, o Diário Oficial trouxe as exonerações dos servidores Felipe Moura de Andrade e Maria Inês Loureiro.
Os expurgos de Pompeu II
A subsecretária para Assuntos Administrativos, Sueli Maria Rossi, conheceu igual destino. Hoje ela está na Secretaria de Esportes. O especialista em desenvolvimento humano e social, Ralf Rickli, que estava elaborando um plano estadual para a população de rua, também foi, digamos, descontinuado. Fica a dúvida: o secretário vai trabalhar com quem?
Barco furado
Com relação ao deputado estadual Josias Da Vitória (PDT), uma coisa está clara: não há a mínima de condição de ele permanecer no barco de Hartung. O que revela que, claro, que ele não estará no palanque nenhum que PH estiver.
Alma do negócio
A Secretaria Estadual de Comunicação acresceu em 25% o contrato com a Ampla Comunicação, que foi para R$ 14 milhões. Para polir a imagem de Hartung, a marquetagem não titubeou: foi ao teto do percentual permitido por lei.
Apartheid
Com a decisão de livrar os bares da Rua Gama Rosa e controlar os da Rua Sete, conforme o toque de recolher de mesas e cadeiras imposto por seu Termo de Compromisso Ambiental – que lucianamente virou “Todos pra Casa Agora” – o prefeito de Vitória Luciano Rezende (PPS) exerceu mais uma vez seu talento inenarrável para tropeçar nas próprias pernas.
Apartheid II
Quem freqüenta a região sabe que à noite a Gama Rosa vira uma espécie de “Triangulinho das Bermudas”, um pedacinho da Praia do Canto no Centro. Os bares ali ofereceram um novo e bem-vindo traço ao perfil noturno da região, mas a boemia e os moradores mais tradicionais costumam freqüentar mesmo a ex-Rua Viva, hoje morta, na Sete de Setembro. Ainda bem que Luciano pratica remo, porque se fosse corrida…
Artilharia
Luciano e o promotor do MPES, Marcelo Lemos, formam uma boa dupla. Em duas semanas, assinaram dois termos de compromisso ambiental sem dialogar com a sociedade – do toque de recolher no Centro de Vitória e da poluição da Vale em Camburi. Mais um e eles pedem música no Fantástico.
Arte pela arte
A Vale sempre surpreendendo, não é? Além de gerente de Meio Ambiente da empresa, Romildo Fracalossi é, quem diria, um esteta. Disse que a montanha de pó de minério acumulado ao final da praia de Camburi é um problema apenas “estético”. Nessa toada, apenas “estéticos” também devem ser as doenças pulmonares causadas pela Vale. Verdadeiras obras-primas.
Gente humilde
O procurador de Justiça, Eder Pontes, desistiu de concorrer a uma vaga no Conselho Superior do Ministério Público Estadual. Quem diria. Em janeiro, o principal fiador da eleição da atual procuradora-geral, Elda Spedo, autonomeou-se presidente do grupo coordenador do Fundo Especial do Ministério Público (Funemp) e foi nomeado subprocurador-geral de Justiça Administrativo.
Voando
Agora secretário estadual de Ciência e Tecnologia, o tucano Vandinho Leite será confirmado presidente do PSDB da Serra neste sábado (18), quando acontece a convenção municipal do partido. A convenção tem chapa única encabeçada por Vandinho.
Pensamento
“Acabar com a corrupção é o objetivo supremo de quem ainda não chegou ao poder”. Millôr Fernandes