sábado, fevereiro 8, 2025
24.9 C
Vitória
sábado, fevereiro 8, 2025
sábado, fevereiro 8, 2025

Leia Também:

O ‘poder’ do dinheiro nas relações

Quando uma relação se estabelece não representa apenas a união de pessoas, mas também de diferentes culturas, crenças religiosas, talvez de níveis de escolaridade e sociais, às vezes de idades, além de unir comportamentos e hábitos diferentes no uso dos recursos financeiros.
 
Fica claro que é a diversidade que marca uma relação, o que representa oportunidade de crescimento, mas o que também pode ser uma ameaça.
 
O mais comum ainda é encontrarmos casais onde os homens “faturam”mais do que as mulheres, sendo também mais bem sucedidos profissionalmente. As pesquisas confirmam isso, quando apontam diferenciais de rendimentos entre homens e mulheres no Brasil. A Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios/do IBGE, 2012) revelou que a diferença salarial entre homens e mulheres no Brasil, voltou a subir no ano passado, após um considerável período de redução e com uma tendência a alcançar o equilíbrio.
 
O salário das mulheres correspondeu a 72,9% do rendimento masculino em 2012. Lembrando que a mulher na família, representa a trabalhadora, além de manter outros papéis e jornadas de trabalho que lhes são atribuídos historicamente.
 
Fato marcante é que a mulher tem aumentado significativamente o seu nível de escolaridade, uma educação continuada, e o sentimento de injustiça entre os gêneros, ao longo do tempo, foi se acentuando e, provavelmente, venha influenciando essa busca.
 
Essas diferenças podem servir como oportunidade para que as mulheres invistam cada vez mais em qualificação pessoal e profissional e para que lutem pela equiparação salarial entre homens e mulheres ou, pode desaguar como atrito para as relações.
 
Outro tipo de relação que vem crescendo é onde encontramos a mulher bem sucedida profissionalmente, com uma boa bagagem na formação, já realizada e bem remunerada e com um parceiro em um estágio, diríamos, anterior. Às vezes, ainda não cursou uma faculdade ou não se encontrou profissionalmente, ainda pode estar na fase que chamamos de “adolescência tardia”, com incertezas, inseguranças em relação à carreira profissional.
 
As mulheres estão estudando mais tempo do que os homens e, nas pesquisas, estão passando cada vez mais a chefiar as famílias.
 
Fato é que ainda há preconceito enraizado culturalmente nos homens em relação às mulheres bem sucedidas, que “ganham” mais do que eles.
 
Já vi situações onde o parceiro perdeu o emprego, outro o cargo comissionado e com isso a renda despencou, levando consigo o status de principal provedor da família. Com isso, a mulher, que antes complementava a renda familiar, passou a ter “peso” somado ao poder decisório no orçamento familiar, gerando atrito nas relações.
 
O rico aqui conceituado não é apenas financeira, mas também culturalmente. Estamos nos referindo a pessoas que “cavam” e que aproveitam as oportunidades, altamente motivados a aprender e a se desenvolverem. Os pobres nessas áreas, podem utilizar a história de seus parceiros como exemplos a serem seguidos e não como ameaça à relação.
 
A riqueza que não pode ser “tirada” de nenhum de nós é aquela absorvida através da educação, da informação, da cultura, do interesse contínuo pelo aprendizado.
 
Entendendo que o rico financeiramente de hoje, pode amanhã ser o pobre na relação e vice versa, o que deve servir como motivação na relação e não como cobrança ou motivo de desavença.
 
O que realmente te faz feliz?
 


Ivana Medeiros Zon é assistente social,  especialista em Saúde Pública e em Estratégia Saúde da Família. Autora do Projeto Saúde Financeira na família: uma abordagem social, com foco em educação financeira.
Fale com a autora, mande suas dúvidas para [email protected]

Mais Lidas