Findo o verão, ficará bem guardada em nossa memória o que aconteceu em fevereiro passado – o planeta queimando animais e vegetais em temperaturas extremas.
Na América do Norte, nevascas gelando o ambiente a -35 º C. No sul do Brasil e na Austrália, temperaturas de 40 a 50º C.
Com a Terra literalmente pegando fogo, quem se anima a falar ou escrever sobre as eleições gerais de 2014, as manifestações populares de 2013 ou a Copa do Mundo? São coisas passageiras que hão de se dissolver em face do cataclisma ambiental que se avizinha.
Caríssimos irmãos, a administração da economia começa pela gestão dos recursos naturais. É bíblia.
A gente vai se acostumando com os extremos e ninguém se dá conta de que tudo isso pode ser uma reação natural de Gaia Terra, a criatura misteriosa que envolve em sua teia mágica todos os seres vivos da atmosfera terrestre, conforme a metáfora-mais-do-que-metáfora de James Lovelock, o genial cientista inglês nascido em 1919.
Segundo Lovelock, o planeta Terra é como um ser vivo que se autoalimenta por meio de um processo ao mesmo tempo precário e forte. Neste momento, o equilíbrio está indo para o vinagre e a maior parte do mundo não vai sobreviver às mudanças climáticas ao longo deste século. De sete bilhões de pessoas, a população mundial vai cair para um bilhão em 2100.
Outros cientistas dizem que Lovelock pirou, que a situação não é tão preta assim, mas a esta altura dos termômetros já dá para ficar desconfiado.
Não é só o aumento das temperaturas extremas. É o desmanche das calotas polares. Os ciclones. Os matagais pegando fogo espontaneamente. E uma série de coisinhas que aparentemente nada têm a ver com o todo.
Sete bilhões de pessoas no mundo pode ter se tornado uma carga pesada demais para Gaia Terra. É muita lavoura, muita criação animal, muito veneno, muito lixo. Muita máquina, muita arma. Muito luxo e muita miséria. Muita violência e pouca generosidade.
Muito álcool, muito fumo, muito ópio, muito evangelho enchendo o vazio das pessoas.
Muita carne gorda entupindo as artérias dos obesos do Brasil – Dilma e Lula à frente.
Muito comercial de carro, celular e cerveja enchendo o saco dos pobres na TV.
Muito novo rico comprando alguma coisa em Miami só para ostentar.
É muito celular, muito computador, muito satélite utilizando intensivamente as infovias.
Com o homem turbinando as coisas, os processos naturais sofreram uma aceleração sem precedentes. Tudo anda muito mais rápido. Como um caminhão desgovernado.
Até os vegetais estão mudando seu comportamento. Veja, em meados de março as paineiras já despejaram no chão quase todas as suas pétalas. Antigamente era em abril que isso acontecia.
Pensemos sobre algo bem corriqueiro: as bananas. Elas não ficam mais saborosas quando colhidas verdes e colocadas em câmaras de gás em nome do atendimento dos mercados. Sim, elas duram mais, mas qual a graça de comer fruta insossa? Colheita precoce é fraude, engodo.
Agora, reflitamos sobre uma tremenda contradição sexual presente em nosso cotidiano. De um lado, há meninas menstruando aos nove anos, uma precocidade de espantar. De outro, multiplicam-se as uniões homossexuais sem fins reprodutivos.
Gaia Terra pirou ou foi o Homo Sapiens que riscou o fósforo?
LEMBRETE DE OCASIÃO
“Apossando-se maciçamente de terras para alimentar as pessoas e empesteando o ar e a água, estamos tolhendo a capacidade de Gaia de regular o clima e a química da Terra, e se continuarmos assim, corremos o risco de extinção”.
James Lovelock