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O que realmente te faz feliz?

O cenário é posto: de um lado, a sociedade capitalista, que incentiva o consumo e que vincula a ele o seu crescimento e a sustentabilidade de sua economia, gerando indivíduos e famílias inteiras consumidores “de carteirinha”, do outro lado, reside o incentivo ao individualismo e ao “ter para ser”.
 
Nesse cenário compreendemos e podemos diferenciar os consumidores conscientes dos impulsivos e dos compulsivos.  Ser um consumidor consciente é o desejável, porque suas atitudes e comportamento alcançam satisfação e sustentabilidade para si, para sua família, na sociedade e, inclusive, para o meio ambiente.  Os consumidores impulsivos compram sem planejamento concreto, por emoção ou incentivo de terceiros, sem necessidade, mas nem sempre sofrem um impacto financeiro negativo com isso.  Os compulsivos são como “viciados” em comprar.  Só sossegam quando compram o que suas mentes, insistentemente, definem ou produzem como “necessário” e, no momento seguinte ao ato de comprar já voltam àquele vazio, que só será preenchido com outra compra, e assim sucessivamente.  
 
O comportamento do comprador compulsivo é prejudicial à saúde dele próprio e a daqueles que os cercam. Agem por emoção, motivados por diversos sentimentos: ansiedade, solidão, irritabilidade, depressão e/ou frustração. Tudo os impulsionam a comprar. 
 
Os pagamentos pelas compras realizadas, tanto por consumidores impulsivos quanto por compulsivos, ocorrem sem um planejamento prévio e, com a repetição do comportamento, geram o descontrole financeiro e a negativação do nome, culminando com a perda da capacidade de consumir, nesse ponto, até mesmo o necessário à sobrevivência humana.
 
O diferencial nestes dois consumidores é que as compras dos compulsivos, geralmente, não são nem utilizadas, ficam amontoadas nos armários, até com etiquetas, ou escondidas dos familiares, numa tentativa de camuflarem o transtorno do comprar compulsivo (oneomania), por culpa e vergonha.  
 
Destaco a importância da família e, principalmente, dos ensinamentos e demonstrações dos pais, como os primeiros educadores dos novos cidadãos em desenvolvimento. Assim como a escola, no incentivo ao consumo consciente e sustentável, combatendo a ideia de que para ser aceito e incluído socialmente precisa primeiro “ter”. 
 
Os objetos de desejo parecem coletivos. Os adolescentes e jovens almejam comprar o celular, o computador, os tênis, o boné, todos, preferencialmente, de marca.  Esse tipo de consumo é comum a partir da ascensão social, como parte da promoção à inclusão social, mas o risco é chegar à ostentação.
 
Um exemplo que retrata isso aconteceu na última semana nas filas de espera espalhadas pelo mundo, para a compra (posterior) do novo iPhone. Desejo ou necessidade? 
“Não existe felicidade, mas sim momentos felizes” que devem ser apreciados, lembrando que, a infelicidade é o que mais adoece o ser humano.  
 
Então: Que tipo de consumidor você é? O que realmente te faz feliz?
 


Ivana Medeiros Zon, Assistente Social, especialista em Saúde da Família e em Saúde Pública,Educadora Financeira, membro da ABEF – Associação Brasileira de Educação Financeira, palestrante, consultora, colunista do Portal EduFin www.edufin.com.br

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