Com a repercussão do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), o ex-governador Renato Casagrande (PSB) fez um comentário, em vídeo, publicando em sua página nas redes sociais, comentando o tema, Casagrande veste a camisa de liderança nacional do partido e deixou a implicação política da coisa de lado, focando apenas nas preocupações sobre garantias dos trabalhadores.
“Agora é hora de aproveitar o grande debate que aconteceu em torno desse processo, para que medidas estruturantes sejam tomadas pelo Governo Federal e pelo Congresso Nacional, e colocar em pauta reformas que não foram feitas nesses últimos anos, para que possamos fortalecer as instituições brasileiras. É muito importante que a gente não aceite a penalização a quem ganha menos nesse pais. É minha tarefa ficar vigilante para que esse governo tome decisões sem penalizar os trabalhadores. Se tem que fazer mudanças, não pode ser para prejudicar os mais necessitados. Essa vigilância é fundamental para que não aconteça um retrocesso no Brasil”, disse.
Casagrande, porém, deixa de lado nas suas argumentações uma questão primordial. Ele deve enfrentar nos próximos meses um processo de julgamento de contas no Legislativo Estadual. É verdade que a situação é diferente, mas o caso dele pode ser pior do que o de Dilma, que perdeu o cargo, mas manteve os direitos políticos.
Se a Assembleia rejeitar as contas de Casagrande, ele perde os direitos políticos por oito anos e, estaria fora da disputa eleitoral de 2018. Mesmo que a CPI dos Empenhos tenha perdido a credibilidade, isso não significa que as contas de Casagrande estejam salvas. O ex-governador pode se preparar, até porque se o Ministério Público encampar a coisa mesmo, o processo pode ganhar legitimidade como subterfúgio para a rejeição de contas.
A coluna não está dizendo que Casagrande tenha que mudar o discurso e sair em defesa de Dilma e do PT, mas tomar cuidado com a questão nacional, sem considerar a semelhança com o processo local pode ser mais um erro estratégico do socialista, ainda mais em um processo de radicalização política dele com o governador Paulo Hartung, como se observa no Estado.
Fragmentos:
1 – O clima que antecede mais uma manifestação “Fora Temer” na cidade, marcada para o início da noite desta sexta-feira (2), é tenso. Como os manifestantes foram recebidos com bombas pela política ao chegarem próximo ao pedágio da Terceira Ponte, a expectativa é de que haja recrudescimento.
2 – O governador Paulo Hartung reclamando de motivação política no pedido de impeachment é algo que chama atenção. Parece que o governador não gostou de o jogo ter virado contra ele.
3 – O que tem servidor comissionado com carro plotado com propaganda do prefeito para não perder o emprego é uma enormidade. Gente com placa de outro município com a propaganda do chefe.