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Olhos abertos

Dinheiro para campanha eleitoral, que rolava solto no período em que Paulo Hartung (PMDB) era governador, deu uma tremenda secada. Os empresários que se dispõem em atender, estão exigindo nota fiscal – nada querem com caixa dois. 
 
Uma postura defensiva para o momento atual, com entidades de olho, em cima dessa relação que existe entre as empresas e o governo do Estado. Encontram-se entre elas Aracruz Celulose (Fibria), Vale, ArcelorMittal, Samarco, Belgo Mineiro…
 
Privilegiadíssimas. Embora isentas de ICMS, ficam com os seus créditos.  E ainda têm benefícios fiscais do Investe, que aumentam as benesses do governo, a ponto de não pagar o ICMS na importação de maquinário. E a até mesmo de matéria-prima. 
 
Para se ter ideia do volume, a Aracruz Celulose, que não recolhe imposto em quase nada, levou um presentão num termo de acordo com o governo, para que pudesse usar seus créditos fiscais nas empresas do grupo Votorantim (seu maior acionista). Na casa dos bilhões de reais.
 
Ainda dentro dessa linha de negócios, gozando das regalias, estão a Cotia Trading, Tangará, VIX Logística, Águia Branca, Garoto, Grupo Incospal (Tervap – Pitanga Mineração, Rodosol e Cisa Trading) e EDP Escelsa. A mais recente criação de privilégios é dos incentivos do setor atacadista, para onde migraram empresas de outros setores, como a Suzano Celulose. 
 
São sempre empresas com um grau de cumplicidade com o governo, que exige doações como reciprocidade. A nota fiscal passa por aí. E as contribuições passadas já foram feitas sob essa suspeita. 
 
Houve eleição, como a última (2010), que as empresas só destinavam recursos às candidaturas indicadas, na época, por Paulo Hartung. Resultou nas eleições de Renato Casagrande para o governo, do senador Ricardo Ferraço (PMDB), de quase todos os deputados federais eleitos e a maioria dos estaduais. Sem contar os que receberam e não saíram vitoriosos do pleito.
 
Agora, há uma certa insegurança para repetir a dose. Hoje, os empresários sabem muito bem que são considerados o braço financeiro de um projeto político chamado unanimidade. Todo cuidado é pouco.
  

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