Terça, 07 Mai 2024

Operação blindagem

Em 2014, teoricamente, os 30 deputados estaduais poderão disputar a reeleição para a Assembleia Legislativa. Será em outubro do próximo ano que os parlamentares vão saber se ao blindar Theodorico Ferraço (DEM), reelegendo-o presidente da Assembleia, mesmo diante de um escândalo envolvendo seu nome, foi uma escolha acertada.



O plenário fechou questão no discurso da presunção da inocência e apostam que Ferraço vai fortalecer o Parlamento, o que consequentemente facilita a reeleição dos deputados. Mas a situação de Ferraço é delicada, porque além da Derrama ele acumula processos na Justiça, e com a meta do Judiciário de liquidar as ações de improbidade até 2013, a ficha do presidente da Assembleia corre um grande risco de que ficar "suja".



Como presidente do poder sua imagem representa a imagem do poder em si. Ou seja, qualquer coisa que arranhe a vitrine de Ferraço atinge a Assembleia e o Plenário. Uma vez reeleito, não tem jeito, cabe aos deputados agora torcer para que o presidente se segure na cadeira e que nada de mais grave aconteça com ele até o fim do mandato. Seria um desgaste muito grande para um Poder que, a duras penas, tenta recuperar sua imagem com a sociedade.



Em um cenário tão adverso vão se sobressair aqueles que têm trabalhos para fora da Casa ou despertam o interesse de setores específicos. Os deputados que se resumem às atuações no plenário, aos discursos da tribuna, podem sair prejudicados. Até porque Ferraço foi eleito por unanimidade na Assembleia. O único descontente foi Rodrigo Coelho (PT), que retornou da licença de secretário depois da eleição para não votar no adversário político.



A Assembleia tem 2013 inteiro para tentar recuperar sua imagem, o que significa segurar Ferraço. A vantagem dos deputados é que não há interesse do Executivo em enfraquecer ainda mais o presidente da Casa. Depois de tirar Ferraço da mesa de negociação para 2014, o governador Renato Casagrande entende que é preciso que o presidente sobreviva politicamente para garantir sua governabilidade. Isso significa que não mexerá um músculo para derrubá-lo de vez, mas isso não significa, porém, que vá dar condições para que Ferraço se recupere. Vai cozinhar o galo em fogo baixo.



Fragmentos:



1 – Se Paulo Roberto (PMDB) conseguir reverter a sua saída da Assembleia no "tapetão", o PMDB ficará com a maior bancada da Casa, com seis deputados ao lado de Marcelo Santos, Hercules Silveira, Luzia Toledo, Sergio Borges e Solange Lube.



2 – Mas se Olmir Castiglioni (PSDB) confirmar a vitória no Tribunal de Justiça duas coisas acontecem: a primeira é a prova de que uma manobra política para colocar Paulo Roberto na Assembleia fracassou e, a outra, é que o PMDB vai dividir o titulo de maior bancada com o PT.



3 – Isso pode mudar, porém, no final de maio, se o governador escolher Claudio Vereza para a vaga de conselheiro do Tribunal de Contas. Aí o PT fica com quatro deputados e o PMDB com cinco, ou seis.

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