Há um ano, o deputado estadual Gilsinho Lopes (PR) tentava, sem sucesso, criar uma CPI do Pó Preto na Assembleia Legislativa. Pesaram contra, porém, o forte lobby das poluidoras Vale e ArcelorMittal e a pressão do governo estadual. A maioria dos deputados estaduais que têm reduto eleitoral na Grande Vitória, região mais afetada pela poluição do ar, sequer assinou o pedido. Teve até quem retirasse a assinatura. Depois, arrumaram um jeito de criar a CPI sem Gilsinho, mas aí ficou feio para a Assembleia e ele virou membro. Esta investigação foi encerrada em outubro do ano passado. Daí veio a lama, a interdição do Complexo de Tubarão, a Vale ficou com a moral baixa, e a classe política inteira resolveu “abraçar” a causa ambiental, como jamais visto. Gilsinho, um dos poucos que tratam do problema na Casa, iniciou agora um movimento para criar outra CPI, considerando o caso judicial que cobra ações da Vale para reduzir as emissões. Não se sabe os nomes ainda, mas já reuniu 13 assinaturas. Alguém tem dúvida de que todo mundo, inclusive quem se negou a assinar e recuou em 2015, vai querer entrar nesse bonde e ainda sentar na janelinha?
Nomes aos ‘bois’
Da Grande Vitória, não assinaram o requerimento de fevereiro do ano passado: Almir Vieira e Hudson Leal, do PRP, Bruno Lamas (PSB), Edson Magalhães (DEM), Janete de Sá (PMN), José Carlos Nunes (PT), Luzia Toledo e Marcelo Santos, do PMDB, e Rafael Favatto (PEN).
Nomes aos ‘bois’ II
Retiraram a assinatura Marcos Bruno (PRTB) e Euclério Sampaio (PDT).
Anota, aí!
Já aqueles favoráveis à investigação foram, além de Gilsinho, Hércules Silveira (PMDB), Sandro Locutor (PPS), Amaro Neto (PPS) e Sérgio Majeski (PSDB). Fora da região metropolitana, Guerino Zanon (PMDB), de Linhares; Freitas (PSB), de São Mateus, e Enivaldo dos Anjos (PSD), de Barra de São Francisco.
Cerco
Por falar em Enivaldo, ele também apresentou nesta legislatura pedido de uma CPI reunindo vários assuntos. Na lista, investigação de indústrias poluidoras e de processos de licenciamento ambiental.
Coleção
O governo Hartung fez de tudo e mais um pouco para pegar seu antecessor Renato Casagrande (PSB) com a história dos empenhos, focado principalmente na gestão de Tadeu Marino na pasta de Saúde. Mas olha a situação do seu ex-secretário Anselmo Tozi… já são oito processos. E não são empenhos, e sim improbidade por indícios de fraudes na pasta. Tem uma diferença boa entre os casos.
Protesto Paulo Pedrosa, da Associação dos Amigos da Praia de Camburi (AAPC), que luta contra a poluição do ar e das praias, registrou em fotos a situação de sua casa após cinco dias fechada para o feriado de Carnaval. Diz ele que precisou primeiro fazer uma limpeza, para depois entrar com as bagagens, tamanha sujeira pelo pó preto. Até quando?
Mudança
O delegado de polícia Marcelo Nolasco de Abreu deixou o comando da Secretaria Municipal de Cidadania e Direitos Humanos (Semcid). Quem assume o cargo interinamente é o secretário municipal de Assistência Social, Marcos Marinho Delmaestro. A alegação é que precisa retomar a carreira policial.
Nas redes
“Vamos investigar o não cumprimento das medidas impostas e não cumpridas pelas empresas poluidoras e pelos órgãos fiscalizadores, bem como responsabilizar os incumbidos pelo cancelamento das 19 multas milionárias que não foram pagas”. (Deputado estadual Gilsinho Lopes – PR – no Facebook).
PENSAMENTO:
“A política é a arte do blefe”. David Saleeby
