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Os estertores de uma era

Não há como não admitir que a inesperada decisão do deputado federal Max Filho (PSDB) em candidatar-se à prefeitura de Vila Velha, em cima da hora do encerramento do prazo das convenções, trouxe consequências ao destino político do Espírito Santo.
 
Ao tomar a decisão, Max Filho abdicou da condição de terceira via numa disputa ao governo em 2018, que deve ser polarizada entre o governador Paulo Hartung (PMDB) e o ex-governador Renato Casagrande (PSB), para retornar ao páreo em 2022, com as duas principais lideranças políticas atuais do Estado já fora raia de disputa, exauridos pela longa ocupação desse espaço, à semelhança do que se passa hoje com Sérgio Vidigal (PDT) e Audifax Barcelos (Rede) pela prefeitura Serra.
 
Pois quem for o vencedor entre os dois em 2018, seja Casagrande ou Hartung, no máximo poderá apadrinhar um novo nome para 2022. Para perdedor e vencedor sobrará um Senado ou uma Câmara dos Deputados. 
 
Essa conjuntura dará a Max Filho a condição, se eleito prefeito em outubro, de concluir seu mandato e disputar o governo sem competir com Hartung ou Casagrande.
 
Seriam outros tempos. Vislumbrar quem poderia estar nessa disputa de 2022 vai depender do resultado, por exemplo, de Luciano Rezende (PPS) nesta disputa à prefeitura de Vitória. Poderia ser o candidato de Casagrande no caso de ele ganhar as eleições para o governo em 2018. O que, com relação a Max, não haveria necessidade dessa condição de herdeiro de outro político.
 
Fora esses dois, poderá encontrar-se cavalgando também na mesma pista um Audifax Barcelos, se reeleito for agora à prefeitura da Serra, embora o partido que entrou, a Rede, pela natureza de sua criação, é um partido cheio de encalhes com uma meninada querendo fazê-lo atípico. Mas também com certeza haverá outros. Prevejo para 2022 o início de um novo ciclo de líderes políticos no Espírito Santo.
 
Por quê listar Max Filho como o indutor dessa mudança? Exatamente por ter se preparado desde agora quando fez o seu partido (PSDB) crescer em todo o Estado, representando nele o novo na companhia do deputado estadual Sérgio Mageski que, diferente de Max, segue pelo caminho na Assembleia no combate solitário aos rompantes autoritários do governador Paulo Hartung. Tem também posição de futuro. No seu caso, seria uma espécie de alternativa ao próprio Max num caso de urgência. Como, por exemplo, se o Max naufragar na prefeitura de Vila Velha.
 
Evidentemente que mudanças como essa, produzem outros nomes, mas que, neste momento, não descortino. Ainda com relação a Max, poderia ainda restar uma condição para não ser candidato em 2022, perder as eleições à prefeitura. Mas mesmo assim continua deputado federal até 2018, com uma reeleição na mão. Basta que na disputa à prefeitura tenha um bom desempenho.
 
Mas como diz o jornalista Elio Gaspari, em política, um gesto tanto constrói como destrói a imagem de um político.
 
O que não nos impede de prever, como estamos fazendo no presente caso, pois é óbvio que nem Hartung nem Casagrande terão mais fôlego após 2018 para fazer um novo mandato de governador. Não quero, entretanto, bater o sino para a missa do sétimo dia dos dois, já que, costumeiramente, em política, o poder é volátil.

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