Sábado, 20 Abril 2024

Os iluminados

Quando o presidente da Assembleia Legislativa, Theodorico Ferraço (DEM), em discurso em Guarapari, disse que Hartung (PMDB) seria a estrela que iluminaria os juízes do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), talvez estivesse prevendo o festival de liberação de candidaturas que está acontecendo no Tribunal. Depois Ferraço disse que se confundiu e, talvez por isso, a Corte esteja demorando tanto a julgar o caso do protegido de Ferraço e de Hartung, o prefeito de Guarapari, Edson Magalhães (PPS).



Mas já deu para ver que a lista de “ilumidados” é grande. Em 2008, Guerino Zanon (PMDB) disputou a eleição graças a uma liminar do Tribunal de Justiça. Liminar essa que o garantiu na disputa e no mandato e que permite que ele dispute a reeleição, sem que seus processos, que são muitos, cheguem a cabo.



A definição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de que candidatos com condenação colegiada tenham as candidaturas impugnadas é frágil. Os chamados danos sanáveis e insanáveis ainda são difusos no Tribunal de Contas e os advogados são mestres em medidas protelatórias para evitar que os candidatos tenham os processos julgados pelas Câmaras do Tribunal de Justiça.



Na prática, a Ficha Limpa, que foi trazida para a disputa eleitoral como a salvação da lavoura, para proteger o eleitor da participação de políticos que têm broncas na Justiça, não funciona. E para piorar, a retirada do páreo de candidatos com pouquíssimas chances de eleição ou de candidatos a vereador, cria uma sensação de julgamento desigual.



Colocar no colo do eleitor o responsável pelo julgamento moral desses políticos que fraudam contratos, desviam verbas, contratam irregularmente, é complicado. A informação muitas vezes não chega ao eleitor, que enganado pelas promessas de vida melhor, acaba votando novamente em candidatos com conduta questionável.



O grande problema é que a solução para essas aberrações está nas mãos de quem não tem o menor interesse em mudar a situação atual. Uma reforma política, ampla, que mude totalmente o sistema eleitoral no País, diminuiria essa insegurança. Mas até lá, vamos continuar vendo os lambaris sendo pescados enquanto os tubarões circulam livremente. Uma pena!



Fragmentos:



1 – Um fato que está passando despercebido pelos meios políticos é a candidatura (impugnada) do ex-prefeito de Cariacica, Jesus Vaz (PRB), à prefeitura da Serra.



2 – Jesus Vaz ficou imortalizado na política capixaba por conta de um concurso para vagas no magistério de Cariacica, que contava com testes físicos para professores. Ele recorre da decisão que o tirou do pleito na Serra.



3 –  Atenção candidatos: não adianta muito fazer mega-programa de estreia e depois começar a repetir. Isso aconteceu tanto em Vitória quanto em Vila Velha.


 

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