Nos dias 15, 16,17 e 18 de março, o Sindicato dos Ferroviários do Estado (Sindifer) realiza eleição para a diretoria e a expectativa é de que o atual presidente, João Batista Cavaglieri, seja reeleito para o inacreditável sexto mandato consecutivo. Por igual tempo está o seu guru, Carlos Uliana, oriundo do Sindicato dos Bancários.
Ele recebeu o cargo da deputada estadual Janete de Sá (PMN), de quem era vice e, desde então, não saiu mais da presidência do sindicato. Além de presidente do sindicato, ele também membro do Conselho Diretor da Vale, que dá um dos maiores jetons de entidades sindicais no País.
Bom, mas voltando à eleição. Até o momento duas chapas estão registradas, uma é a dele, a Chapa 1. Dizem que existe também uma chapa 2, mas ninguém conhece. Sabe-se que um tal Joel, dissidente do grupo de Cavaglieri, é que comanda a chapa, mas há muito pouca divulgação de campanha do grupo.
Como o Sindfer tem mandato de três anos, até agora temos 15 anos de gestão Cavaglieri, mais duas de Janete de Sá. A grande crítica que se faz a essa prática é essa perpetuação no poder. Além de criar vícios muito perigosos, impede a renovação no meio sindical.
São pessoas que teriam estofo político para formar novas lideranças, passar o poder e buscar novos caminhos, inclusive de formação política para renovar e fortalecer o meio sindical, mas preferem se manter presos ao poder, sem passar o bastão.
Por essas e outras, o movimento sindical no Espírito Santo está tão desgastado. Em vez de buscar formas de atrair a categoria, dividindo o poder, tudo fica cada vez mais concentrado. Perde a classe trabalhadora e a sociedade.
Larga o osso, Cavaglieri!