Outro embate

Depois de três semanas de batalhas campais, chega ao fim neste domingo (28) as eleições municipais nas 50 cidades brasileiras, com mais de 200 mil eleitores, sendo três no Espírito Santo: Vitória,Vila Velha e Cariacica. Disputas, aliás, acirradas, exceto em Cariacica, onde a vitória de Juninho (PPS) parece estar consolidada.



Em Vitória e Vila Velha, porém, o segundo turno foi duro, desgastante tanto para os candidatos que começaram a disputa na frente, Luciano Rezende (PPS), na Capital , e Rodney Miranda (DEM), em Vila Velha; quanto para seus adversários, respectivamente, Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) e Neucimar Fraga (PR).



O segundo turno foi duro, até porque o resultado das urnas nesses municípios vai influenciar na conjuntura política do Estado para os próximos dois anos. O arranjo de forças políticas em torno desses nomes pode equilibrar o jogo político de 2014, como também pode fortalecer mais um grupo, enfraquecendo outro.



Acompanhando de perto as movimentações está o governador Renato Casagrande, que não sobe no palanque de nenhum dos nomes na disputa, mas teve uma importante movimentação no período pré-eleitoral, que em muito contribuiu para o cenário deste segundo turno, sobretudo, em Vitória.



Do outro lado está o ex-governador Paulo Hartung (PMDB), que aposta suas fichas na eleição de Rodney Miranda para tentar ganhar capilaridade para 2014. Em Vitória, onde se acreditava que ele pudesse ainda ser soberano, o viés é de baixa. Com Vila Velha nas mãos, ele se reinsere no cenário político.

 

A liderança que saiu sem dúvida fortalecida do pleito foi o senador Magno Malta (PR). Não pelo fato de os candidatos aliados do ex-governador terem trazido sua imagem para o centro do debate, tentando diminuir seu capital político, mas por ter conseguido em pouco mais de um minuto dar uma demonstração de força política que pode ecoar no cenário futuro.

 

Quem tenta espaço neste cenário, também projetando sua imagem para o futuro, é o presidente do Banco de Desenvolvimento do Estado (Bandes), Guerino Balestrassi, que com uma movimentação no cenário financeiro, conseguiu colocar-se como liderança política com um tamanho eleitoral que não tem.



O resultado das urnas muda a conjuntura política a partir de janeiro de 2013, quando será o momento de os derrotados buscarem formas de se reagruparem e de os vencedores começarem a se preparar para o embate de 2014, buscando maneiras de não perder capital até lá. Assim que terminar a apuração dos votos, a disputa de 2014 terá início, e quem tiver mais garrafa vazia para vender vai se dar bem.