A ida de Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) para a Secretaria de Desenvolvimento (Sedurb), como informa A Tribuna nesta terça (17), naturalmente desperta reflexões. Primeiro: é um retorno esquisito. Na campanha para a Prefeitura de Vitória, Luiz Paulo era um copo entornando mágoa com o governador Paulo Hartung (PMDB) quando desembarcou de uma candidatura que liderava isolada as pesquisas. Outra: quem não lembra a “trama policial” que redirecionou os rumos da eleição? É uma reconsideração que poderia macular o tucano, sobretudo entre seus eleitores, cujo perfil é reconhecidamente crítico. Por outro lado, quem, talvez, veja tudo isso com bons olhos é Luciano Rezende (PPS), cuja reeleição é tributária do Luiz Paulo. O prefeito de Vitória poderia se desobrigar de dívidas com seu fiador de primeira hora se este desembarcasse no governo. Hartung também ganha: pode trazer de volta uma figura estratégica do PSDB, freando o fortalecimento político pós-eleitoral de Luciano e ainda, vai que cola, cicatrizar feridas.
Um olho no peixe…
Depois do secretário de Agricultura Octaciano Neto, do governador Paulo Hartung e do vice-governador César Colnago (PSDB), foi a vez de Luiz Paulo encontrar o chefe da Casa Civil, José Carlos da Fonseca Júnior, para tratar a questão. Os dois foram vistos no restaurante Sushimar, na Praia do Canto, por volta das 23h dessa segunda (16). E, quando a coisa chega em Zé Carlinhos, é porque atingiu os finalmentes. Octaciano, Hartung e Colnago apenas amaciaram a carne.
Aluga-se
O colunista de O Globo Ancelmo Gois registra nesta terça-feira (17) os rumores de que a ida de Michel Sarkis para a presidência do Banestes foi para isso mesmo: prepará-lo para a privatização.
Aluga-se II
Não custa lembrar que a venda do Banestes perseguiu Hartung na eleição de 2014. O então candidato fugiu de um termo de compromisso contra a privatização como o diabo foge da cruz. Todos os candidatos assinaram, menos ele, que preferiu a malandragem: não só confeccionou o próprio documento, como o assinou.
#vitoriasualinda
Na manhã desta terça (17), um ônibus da linha 211 (Santo André/Jardim Camburi) parou no ponto da Avenida Beira-Mar, no Centro. Enquanto passageiros embarcavam, duas senhoras hesitavam: não viam lugar na frente do veículo. “Não vamos, não. As pessoas vão tudo agarradas”, advertiu uma à outra, que concordou. Tinham razão: oito idosos se esmagavam entre a roleta e a porta dianteira. O ônibus partiu. Elas ficaram.
Jogo duro
O prefeito de Barra de São Francisco Alencar Marim (PT) vai instaurar sindicância administrativa para apurar suposta concessão irregular de horas extras a diversos servidores, efetivos e comissionados, entre 2013 e 2016, ou seja, durante a gestão de Luciano Pereira (DEM). Os pagamentos teriam sido efetivados sem a devida comprovação de jornada de trabalho extraordinária.
Jogo duro II
Lembrando que Alencar foi eleito com apoio do ex-prefeito Waldeles Cavalcante (PSD), que desistiu da disputa para apoiar o petista, e do deputado estadual Enivaldo dos Anjos (PSD). Todos contra o clã dos Pereira.
Falando em Enivaldo…
O deputado estadual aproveitou a notícia dessas milionárias compras de férias pelo Ministério Público Estadual (MPES) e já apresentou uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para “vedar a conversão de férias não gozadas em pecúnia por agentes polítcos, servidores públicos e militares”.
Ops…
O site da Prefeitura de São Mateus ainda registra Amadeu Boroto (PSB) como prefeito. Como se sabe, quem levou a fatura nas eleições foi Daniel da Açaí (PSDB), com cabelo grande, tatuagem, miçanga e tudo mais.
Benevolência
A Assembleia Legislativa promulgou duas leis na edição dessa segunda-feira (16) no Diário Oficial. Chama a atenção que, nesses dias, Paulo Hartung parece em ritmo de férias: não está vetando nada, não quer treta com ninguém. Até lei do Sergio Majeski (PSDB), a do Dia do Funk, ele liberou.
Pensamento
“Os abusos, como os dentes, nunca se arrancam sem dores”. Marquês de Maricá
