Segunda, 29 Abril 2024

Perde aqui, ganhá lá

O episódio da aprovação da urgência do veto do projeto de lei de redistribuição dos royalties do petróleo criou uma vilã para a classe política. Adversária do ex-governador Paulo Hartung (PMDB), a deputada Rose de Freitas (PMDB) foi julgada e condenada pela classe política como a grande culpada pela discussão dos royalties.



A ideia que se tenta difundir é de que ela teria agido no sentido de cair na graça dos deputados dos estados não produtores, visando à eleição para a Câmara dos Deputados. De fato, Rose caiu na graça dos colegas, mas se isso vai garantir a eleição dela, é temerário dizer. Até porque uma recente pesquisa do Valor Econômico apontava a disputa entre Henrique Alves (PMDB-RN) e Júlio Delgado (PSB-MG).



A entrada de Rose na disputa era tida como uma estratégia do PMDB para dividir os votos com Delgado, garantindo assim a eleição de Alves. Mas o episódio da semana passada pode ter mudado o jogo. Esta semana, o Correio Braziliense trouxe uma entrevista com a deputada, destacando o apoio crescente do plenário no momento em que ela se candidata à presidência da Câmara.

 

No gabinete da deputada, enquanto as bancadas do Rio e do Espírito Santo cortam caminho, os demais parlamentares e prefeitos de vários lugares do País fazem peregrinação. O telefone da deputada, segundo o Correio, não para de receber ligações de apoio à sua candidatura.



A acusação da classe política capixaba é de que Rose prejudicou o Espírito Santo na questão dos royalties em troca de visibilidade para a disputa. Não se pode culpar Rose pela derrubada do veto da presidente Dilma, porque, como se confirma na sessão convocada do Congresso para votar 3.060 vetos de uma só vez, a ganância dos estados não produtores passa por cima de qualquer coisa.



Mas, sim, Rose capitalizou com o episódio, saiu desgastada no Espírito Santo e terá dificuldades eleitorais no próximo ano, com o desgaste causado nos meios políticos e com os mecanismos que seus adversários têm para limá-la da disputa ao Senado, mas pode ter compensação em nível nacional. Será?



Fragmentos:



1 – Fim do ano é tempo de confraternização com deputados, balanços de atividades e aprovação de projetos polêmicos a toque de caixa. Todos os dias  entram e saem matérias do governo, sem discussões profundas.



2 – Já os deputados parecem estar mais preocupados com as movimentações do plenário e com as eleições da Mesa Diretora do que em analisar as matérias do governo.



3 – O anúncio do ex-governador Max Mauro (PTB) de que estaria deixando a vida política deixou aliviados alguns deputados estaduais, temerosos com virtual possibilidade de ele entrar na Casa fazendo um discurso crítico ao governo anterior.

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