domingo, janeiro 12, 2025
25.5 C
Vitória
domingo, janeiro 12, 2025
domingo, janeiro 12, 2025

Leia Também:

Por trás das cortinas

De aliados a adversários políticos desde a fatídica campanha de 2014, as recentes movimentações do governador Paulo Hartung e seu antecessor, Renato Casagrande (PSB), têm atraído os olhares de lideranças do mercado político. É como se tivessem uma relação à distância, para que consigam refazer os espaços de poder que desfrutam, sem ameaças.
 
Esse sinal vem da constatação de uma mudança de comportamento dos dois, em pleno período de movimentações eleitorais. Hartung não ataca mais Casagrande como antes, e vice-versa.
 
O jogo seria necessário para ambos, diante da nova geração de políticos que conseguiram sobreviver apesar dos tiroteios de Hartung e, agora, delimitam o próprio território. Entre eles, nomes em potencial para alcançar o Palácio Anchieta, como o prefeito de Vila Velha Max Filho (PSDB), o prefeito da Serra, Audifax Barcelos (Rede), e o deputado estadual Sergio Majeski (de saída do PSDB).
 
Quando se observa Hartung e Casagrande cautelosos para não baterem de frente e a chegada dessa nova safra, o que parece é que eles tentam se preservar, como estratégia para continuarem a ser os “donos” da política capixaba.
 
Enquanto isso, a nova geração se movimenta. E vacinada para não ser abatida, como ocorreu com as anteriores a 2014. Max Filho já se apresenta como candidato ao governo; Audifax Barcelos, que é astuto, ora namora Hartung, ora Casagrande, e assim vai se firmando no cenário; e Majeski está de peito aberto, dizendo que vai ser candidato ao governo ou ao Senado.
 
Paralelo a essas articulações, Hartung busca viabilizar sua permanência no cargo, com o PSDB. Entretanto, sua dificuldade eleitoral ficou mais visível com a estratégia para intervir no partido por meio da eleição do vice César Colnago. Apesar de toda a máquina de governo, Colnago ganhou de Max Filho por pequena margem de votos. Como consequência, Max Filho, em encontro recente com o governador de São Paulo e presidenciável, Geraldo Alckmin, disse que se o PSDB assumir a candidatura de Hartung, ele sai. Outros tucanos ameaçam fazer o mesmo, seguindo o caminho do ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas, que comunicou, neste domingo (18), sua ida para o PPS.
 
Já Casagrande carrega o prefeito de Vitória, Luciano Rezende (PPS), além de manter articulação com a senadora Rose de Freitas (MDB), para garantir a melhor acomodação. Afinal, é temerário para ele continuar sem mandato.
 
E no atual cenário, convenhamos, não está fácil para Hartung se reeleger, nem para Casagrande entrar em uma disputa ao governo.
 
São as inerências do poder. Os adversários de antes podem criar, hoje, espaços políticos de sobrevivência. 

Mais Lidas