Em entrevista coletiva nessa segunda-feira (6), ainda na ressaca da derrota para Paulo Hartung (PMDB), o governador Renato Casagrande (PSB) disse que não vai torcer pelo fracasso da gestão de seu sucessor, mas que vai adotar uma postura independente, apontando os erros do peemedebista em seu governo.
Com isso, o governador sinaliza que vai tentar reunir a oposição e criar um grupo divergente, mantendo assim um debate democrático, que seria saudável. Mas como Casagrande vai fazer isso, em um ambiente político totalmente adverso à manutenção desse debate?
Hartung elegeu a maioria na Câmara dos Deputados e mais de um terço da Assembleia, mas os números não refletem o ambiente que será criado no Estado. Haverá algumas vozes dissonantes, sempre haverá, mas a maioria absoluta vai compor com Paulo Hartung.
Retomando a unanimidade, que agora volta a ser interessante para seu grupo, o governador eleito passará a atender as bases de seus aliados, ao mesmo tempo em que se movimentará politicamente ou através da retomada do arranjo institucional.
Por outro lado, a votação de Casagrande não pode ser desprezada, além disso, Paulo Hartung assume sem a imagem imaculada que construiu com a ajuda da imprensa corporativa e da ausência da oposição em seus oito anos de governo. Hartung não será mais o todo-poderoso, mas também não estará fragilizado.
Se Casagrande conseguir agrupar pessoas que não se rendam à unanimidade, poderá estabelecer o debate que pretende, ou ficará pregando no deserto, enquanto a opinião pública e a imprensa fazem vistas grossas, como sempre fizeram.
Fragmentos:
1 – Iriny Lopes e Professor Léo, ambos do PT, vão curtir férias por dois anos, já que são suplentes dos candidatos a prefeitos favoritos para 2016: Sérgio Vidigal (PDT) e Helder Salomão (PT).
2 – O PSB do governador Renato Casagrande só conquistou um estado no Brasil, seu berço, Pernambuco. É hora de fazer uma reflexão sobre os rumos do partido.
3 – A expectativa de alta abstenção nas eleições deste ano se confirmou. O índice ficou em 18,91%. Nacionalmente o índice foi o maior desde 1998. Não compareceram às urnas 19,39% dos eleitores, ou seja, mais de 27 milhões de brasileiros.
