A pesquisa Brand/Século Diário, em São Mateus, norte do Estado, revelou que a maior preocupação da população local é com o abastecimento de água. A alta quantidade de sal presente na água é fruto da seca, que baixou o nível dos rios, deixando que o mar os invadisse, salinizando a água que chega às torneiras dos consumidores.
A crise hídrica, porém, não é uma demanda isolada de São Mateus, mas de toda a região norte e noroeste do Estado que sofre com o problema. O tema, como não poderia ser diferente, entrou na pauta da eleição deste ano. Os candidatos são cobrados a a paresentar proposta para enfrentar o problema. Afinal, a crise não se agravou somente pela falta de chuvas, mas também em razão das gestões municipais e estadual, que não se preparou para enfrantar o problema. Faltou buscar alternativas efetivas para assegurar o abastecimento.
A crise hídrica tem afetado não só o abastecimento. Muitas cidades já amargam prejuízo com a seca, sobretudo os municípios que têm a agricultura como principal fonte de recursos. Com a economia afetada, o reflexo da crise se alastra por outros setores e aí a coisa degringola.
Na Assembleia Legislativa alguns deputados se tocaram do problema tardiamente, diga-se de passagem, afinal, há mais de um ano a situação está caótica no interior. Lembrando que metade do Plenário é do interior e quem mora na Grande Vitória também circula o Estado todo com a finallidade de ampliar seus redutos eleitorais.
Enquanto isso, o governo do Estado continua insentivando a vinda de empresas poluidoras ou que degradam ainda mais o meio ambiente, com a atração de grandes monoculturas, como a do Eucalipto, que se espalha de norte a sul do Espírito Santo, piorando sensivelmente a situação.