Mais uma tragédia no trecho capixaba da BR-101 deixa estarrecida e indignada a classe política. Pela manhã, o governador Paulo Hartung (PMDB) pediu uma audiência com o presidente Michel Temer (PMDB) para discutir o assunto. Em mais uma reunião sobre o problema com o governo federal. Essa vai ser a segunda vez em dois meses que Hartung se encontra com o presidente para debater os graves acidentes na rodovia que está sob concessão.
Nas redes sociais, também não falta indignação da classe política, sempre cobrando da concessionária, que se recusa a dar início às obras de duplicação da estrada. Mas não seria a hora de parar com o discurso, com os encontros e partir para o ataque mesmo. Será mesmo que abrir uma nova licitação agora é vantagem mesmo?
Será que se houvesse de fato uma união das forças políticas do Estado em prol de um propósito comum não seria mais vantajoso. Mas quando a gente recorda os encontros separados com os representantes do governo federal no Estado, percebe-se que a prioridade não parece ser essa.
Cada um puxa para si o debate, mas sem conseguir de fato uma solução, o que torna o discurso redundante e inócuo. Enquanto isso, as tragédias continuam acontecendo, acrescentando mais medo e impotência à população que na verdade paga por tudo isso, sendo a rodovia pedagiada ou não.
É preciso ampliar o olhar sobre a rodovia da morte. Além do péssimo estado da via, há ainda um desfile de imprudências e desmandos, desde o peso das carretas que circulam pelo Estado, que tem fiscalização falha até a polêmica do posto fantasma de Mimoso do Sul.
A rodovia é federal, não cabe o controle do Estado, mas em um Estado que fala tanto em retomada da unanimidade, da busca da união das forças políticas, não poderia canalizar essa energia para algo e favor da solução dos gargalos do Estado?
Fragmentos:
1 – Diante do abandono dos prefeitos da Grande Vitória em tomarem a frente na discussão da Região Metropolitana, quem acabou surfando nesse debate foi o secretário de Desenvolvimento Urbano, Rodney Miranda (DEM), que tem comandado os debates.
2 – Somando-se a isso a indisposição do demista com seu sucessor na prefeitura de Vila Velha, Max Filho (PSDB), observa-se a criação de um projeto visando o seu retorno à disputa municipal em 2020. Lembrando que Rodney foi bem votado na disputa de 2016. Ficou em terceiro.
3 – Mas, antes disso, Rodney tem a eleição de 2018 pela frente e também tem se movimentado Estado adentro no sentido de aumentar seu capital político. Embora não incomode, ainda, os deputados estaduais, é outra liderança da equipe de Hartung que tem se movimentado intensamente pelo Estado.