Tenho certeza da ineficácia da estratégia escolhida pelo ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) para atingir o governador Paulo Hartung (PMDB), que deu fim a sua candidatura à prefeitura de Vitória. Preterido, o tucano bandeou-se para um inimigo do governador, ao declarar apoio à reeleição do prefeito Luciano Rezende (PPS). Por associação diz também da candidatura ao governo do ex-governador Renato Casagrande(PSB).
Luiz Paulo enterra de vez o PSDB no Espírito Santo, já que essa jogada na Capital tem consequências em todo o Estado. Um partido que tem lideranças como Luiz Paulo e o deputado estadual Sérgio Majeski ganharia, com os pés nas costas, a eleição em Vitória. No entanto, eles estão emprestando seus capitais políticos à candidatura de um adversário direto, que é o prefeito Luciano Rezende.
Um portador, ainda por cima, de uma desenfreada ambição política, que o diga o próprio Luiz Paulo, que nos seus dois mandatos em Vitória, deu-lhe duas importantes secretarias (Saúde e Educação). E o próprio governador Paulo Hartung, habituado a destruir os que atravessam no seu caminho, experimentou também dela quando o levou para uma secretaria no seu segundo governo.
O esfarelado PSDB capixaba tem de um lado Luiz Paulo e companhia no palanque de Luciano, e de outro, o vice-governador César Colnago levando a sobra de suas forças para a candidatura de Lelo Coimbra (PMDB) – o tal candidato que afirma ter saltado de 3 para 18 (com base em pesquisas do Instituto Futura) pontos na preferência do eleitorado da Capital. Índice que o Ibope acaba de “corrigir” na pesquisa publicada neste domingo (18) em A Gazeta. O que dá margem para deduzir que o percentual foi propositadamente inflado pelo Futura.
Para completar o infortúnio de Lelo, o governador Paulo Hartung ainda afirmou, em entrevista ao jornal A Gazeta (17/09/2016), que apoia Lelo, mas também apoia o deputado estadual Amaro Neto (SD). Matou o Lelo porque Amaro, apesar de preverem para ele um rápido esvaziamento da sua candidatura, continua liderando as pesquisas.
Amaro esteve pau a pau quando Luiz Paulo ainda estava no páreo e continua sendo o principal rival de Luciano. Até agora, ele não caiu nada. E se há um candidato popular no pleito com chances de vitória, é ele.
Com a disputa na Capital vai se aproximando da reta final, o governador Paulo Hartung, com certeza, irá para o lado de Amaro. Ainda mais se ficar claro que Luciano também passará para o segundo turno. Vão consumir Lelo.
Voltando ao PSDB, as chances do partido Estado afora não permitem vislumbrar um cenário promissor para os candidatos tucanos – tomando como base os municípios com colégios eleitorais de médio para cima.
É verdade que o PSDB tem com o candidato a prefeito Max Filho, em Vila Velha, uma possibilidade real de vitória, mas só que o deputado federal anda por lá numa acirrada disputa com o Neucimar Fraga (PSD). Eleição tranquila só mesmo em São Mateus, com o Daniel da Açaí. Só que Daniel ainda não tem embocadura de político. É um empresário que caiu de paraquedas nas eleições mateense por conta da crise hídrica.
Com toda a certeza, pode-se arrematar o presente comentário afirmando , que, em matéria eleitoral, o PSDB aplicou o seu capital em “empresa alheia”. E quando conquistou alguém para se fortalecer, como foi o caso do senador Ricardo Ferraço, não acrescentou nada para o partido. Pois o senador anda mais fazendo campanha para candidatos de outros partidos do que propriamente para os tucanos que estão na disputa. Alguns, aliás, que estão em disputa direta com o próprio PSDB, comprovando o seu perfil de que partido político, para Ricardo Ferraço, é barriga de aluguel.
Enfim, se o PSDB fosse uma “empresa política”, era possível afirmar que, no Espírito Santo, entrou em regime de pré-falência.