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Quem te viu, quem te vê

É impressionante a capacidade do governador Paulo Hartung (PMDB) em encerrar suas relações políticas e partir para outra sem qualquer constrangimento. Há pouco mais de três meses, ele estava de braços dados com Aécio Neves (PSDB), líder da oposição ao governo Dilma Rousseff, fazendo campanha para o tucano no Estado. 
 
Nesse mesmo período, ele criticou o governo federal, como fez em eleições passadas. Adotou aquele discurso desgastado de que o governo federal discrimina o Espírito Santo e que o Estado oferece muito mais ao País do que recebe em contrapartida. 
 
Hartung chegou a acreditar que Aécio Neves seria eleito presidente e se não fosse, que teria uma votação acachapante no Espírito Santo. Nem uma coisa, nem a outra. Dilma se reelegeu e conquistou uma votação expressiva no Estado. A partir daí o governador mudou o discurso. 
 
Quem vê Hartung se movimentando em Brasília, todo sorridente enquanto passa o pires pedindo dinheiro aos ministros, acha que ele foi o principal cabo eleitoral de Dilma na eleição e que está cobrando a recompensa por ter se esforçado na reeleição da petista. Age como se a ida do PT para seu governo tivesse lhe aberto todas as portas de Brasília. 
 
Mas não é bem assim que tudo aconteceu. Sem uma terra arrasada para dominar, como em 2003, e sem os R$ 300 milhões de antecipação de royalties de petróleo, que conseguiu naquela época, com a boa-vontade do presidente Lula, que pensou estar ajudando a um aliado, Hartung agora tem de negociar. 
 
E aí vale até fazer as pazes com outra desafeta, a senadora Rose de Freitas (PMDB). Até porque sem ela, seria muito mais difícil ter acesso aos ministros de Dilma. Além de buscar recursos, Hartung sabe que não pode ir contra cerca de 40% que votaram em Dilma no Estado.
 
Hartung deve estar começando a entender que os próximos quatro anos não serão de céu de brigadeiro como em 2003, e que precisará de muito jogo de cintura para manter sua governabilidade. Vai ter de conviver com desafetos e engolir alguns sapos para chegar em 2018 vivo politicamente. 

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