Para os meios políticos, a saída abrupta de Guerino Balestrassi do Banco de Desenvolvimento do Estado (Bandes), colocando-se como candidato a governador em 2014 pelo PSDB, ilustra a figura política dele. A praxe manda que ao deixar o cargo, uma indicação política, o ocupante se reúna com o governador, até por uma questão de gentileza.
O governador Renato Casagrande, porém, ficou sabendo da saída de Balestassi do banco e de sua pré-candidatura a governador pela imprensa. Casagrande não esconde o descontentamento com o episódio. Mas, vale destacar que Balestrassi estava no governo Casagrande na cota do ex-governador Paulo Hartung e não como cargo de confiança do governador.
Até porque desde 2008, os dois não são mais grandes amigos. Na sucessão de Balestrassi na prefeitura de Colatina, noroeste do Estado, o hoje deputado federal Paulo Foletto venceu a convenção do PSB no município para ser o candidato a prefeito com o apoio do presidente do partido, Casagrande.
Balestrassi apoiava o seu então secretário de Saúde, Tadeu Marino. Após perder a convenção, Balestrassi deixou o PSB e apoiou a candidatura de seu vice, o petista Leonardo Deptulski. Mas o passado socialista e as rusgas partidárias com o governador não têm relação com o episódio atual.
Na verdade faz parte do jogo político para enfraquecer a movimentação de Casagrande para a construção de um palanque de consenso para a reeleição em 2014. Ao deixar o banco da forma que deixou, Balestrassi fortaleceu a ideia de competitividade com Casagrande.
Uma saída conversada poderia criar a impressão de uma candidatura apoiada pelo governo. Mas com a nítida intenção de destacar a ruptura, a entrada de Balestrassi no páreo passa as ser uma candidatura para competir com ele em 2014, mesmo porque, até o momento, a única candidatura realmente certa ao governo no próximo ano é a do governador Casagrande.
Fragmentos:
1 – A saída de Guerino Balestrassi do Bandes deixou o governador tão atordoado que ele ainda não conversou com o interino no cargo, Guilherme Pereira. Aliás, não se sabe ainda se Pereira será efetivado no cargo ou se Casagrande fará uma outra indicação política definitiva.
2 – O PSDB tem uma audaciosa estratégia para 2014 de conseguir duas das nove vagas em disputa para a Câmara dos Deputados. Mas a estratégia de lançar cinco nomes na proporcional começa a minar.
3 – Na Câmara de Vitória o comentário é de que o presidente da Casa, Fabrício Gandini (PPS), está de olho em uma vaga em Brasília. Mas os meios políticos duvidam que seu fôlego eleitoral seja tão grande.