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Recaída

Há uma mistura de sentimentos, tais como: frustração, tristeza e descrença, quando, já estando em processo de mudança no comportamento de consumo, ocorre uma recaída. Às vezes, com o redirecionamento de receita ou reserva, para atender desejos impulsivos do sabotador -“eu mereço”, não chegando efetivamente ao descontrole financeiro, mas desviando do foco da mudança, o que já provoca a frustração.
 
Uma recaída não é um episódio isolado e não acontece por acaso. É uma sequência de acontecimentos somados aos sentimentos provocados por eles que desencadeiam o processo, iniciado pela adoção de atitudes e comportamentos que conduzem o indivíduo a um ou mais episódios de compra/consumo por impulso, reacendendo a antiga memória do prazer imediato pelas compras.
 
A partir do impulso descontrolado que culmina no consumo, vem um sentimento de vazio, o que reforça que a estratégia de refletir e esperar, são imprescindíveis para conter os impulsos motivados pela emoção.
 
Outro fator que contribui para episódios de recaídas é quando o nível de exigência pessoal é excessivo, cobrando-se perfeição, controle e acerto sempre, esquecendo-se de que é um ser humano, passível de cometer erros, porém, também dotado de mecanismos para superá-los.
 
É um círculo vicioso entre os acontecimentos, os sentimentos e o start para a recaída, podendo chegar ao descontrole.
 
Para combater e superar a descrença provocada pela recaída financeira, há a medida de apertar o cinto, reduzindo despesas, controlando os gastos nos próximos meses para “recuperar” o gasto não planejado e excedente, já realizado.
 
O melhor é trabalhar na prevenção à recaída, baseada no desenvolvimento da capacidade individual de modificar o comportamento de consumo por impulso, visando antecipar, prevenir, enfrentar e lidar com situações que o coloque em risco da recaída no consumo.
 
Aos “antigos” consumidores compulsivos, estar com o comportamento de consumo sob controle não significa ter atingido o sucesso definitivo, porque há a cicatriz do impulso, assim também acontece com a recaída, que não deve ser encarada como um fracasso completo, afinal, uma recaída pode servir como um trampolim rumo ao avanço, ou um poço sem fundo, mas quem dará o “tom” será quem recaiu.
 
Quase tudo é remediável! Precisa de um bom diagnóstico, de planejamento, controle, disciplina e persistência, para modificar e introjetar hábitos, atitudes e posturas saudáveis em relação ao comportamento de consumo, combatendo os impulsos.
 
É importante lembrar que a recaída no consumo pode levar ao descontrole financeiro e culminar na inadimplência e na perda do crédito, alimentando uma bola de neve que acaba provocando o adoecimento individual e familiar.
 
Então… Recaiu? Não se deixe afundar. Como diz a música: (…)“reconhece a queda e não desanima, levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”.
 
Reconheça, avalie e se reposicione, fazendo disso um salto à frente, um reforço aos bons hábitos no comportamento de consumo.
 

Ivana Medeiros Zon, Assistente Social, especialista em Saúde da Família e em Saúde Pública,Educadora Financeira, membro da ABEF – Associação Brasileira de Educação Financeira, palestrante, consultora, colunista do Portal EduFin www.edufin.com.br

https://sites.google.com/site/saudefinanceiraivanamzon/

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