O movimento sindical parou, como sempre acontece em período eleitoral. Enquanto isso, as empresas continuam produzindo e explorando o trabalhador. Os dirigentes sindicais se dividem entre não fazer nada e cuidar de suas próprias campanhas, aqueles que são candidatos.
De dois em dois anos essa realidade se repete, e a coluna já falou disso diversas vezes, mas os atuais dirigentes parecem não se importar, já que as empresas injetam dinheiro na máquina sindical e o trabalhador é punido por qualquer manifestação contra a direção do sindicato.
Em época de eleição há, até mesmo, a demissão de trabalhadores que têm interesse em concorrer. Isso é coisa da direita do passado, mas parece que o sindicato aprendeu a fazer também, já que é uma grande arma para a manutenção do poder, não há concorrentes.
Um exemplo clássico foram as eleições do Sindicato dos Metalúrgicos (Sindimetal-ES) em 2013, feitas a toque de caixa, em 15 dias, o que não deu oportunidade de outras chapas concorrerem. Foi negada aos interessados (e porque não dizer aos insatisfeitos da categoria) a retirada de documentos, dada apenas pelo sindicato, o que já é um absurdo, porque se a entidade não libera, o interessado fica impedido de concorrer.
Este é só um exemplo do que acontece nas disputas sindicais. Há, também, aquelas brigas internas que resultam, até mesmo, em demissão de parentes de trabalhadores que querem concorrer às eleições sindicais.
A coluna se preocupa com a falta da reforma política, seguida da reforma sindical, já que as entidades atualmente perderam o controle de si próprias, atendendo a interesses pessoais. A falta de interesse do movimento sindical na reforma política demonstra que é proposital, uma vez que a reforma vai puxar toda essa discussão nos movimentos, além de impulsionar também uma reforma sindical e trabalhista, o que pode acabar com a supremacia de grupos dentro das entidades.