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Relação complicada

Em sua trajetória política, o governador Paulo Hartung já passou por vários partidos. Mas nunca foi partidário, faz no Espírito Santo política de grupo e não vê agremiação na hora de escalar seus aliados. Os partidos são usados como acomodações. Já trocou gente de partido algumas vezes, inclusive. Tudo de acordo com os interesses do grupo. 
 
Neste sentido é interessante observar o comportamento do governador com o PT. Comportamento que está gerando muita controvérsia dentro do partido e já faz bastante tempo. O grupo do ex-prefeito de Vitória João Coser é favorável a uma aliança com Hartung. 
 
Não importa se o governador já disse para a presidente Dilma calçar as sandálias da humildade, se fez campanha para Aécio Neves (PSDB), se já disparou contra o PT local na eleição de 2012, se sempre esteve nulo quando o governo federal precisou dele em campanhas presidenciais. A relação do grupo de Coser com Hartung não tem relação com o PT. É uma política de grupo. 
 
Contrapondo essa postura, parte do PT é crítica a essa aliança que acabou por apequenar o partido no Estado. Mas tirar seus quadros de dentro do governo, onde está sem voz ativa, mas acomodado vai ser muito difícil. 
 
Da mesma forma que a relação dele com César Colnago, Guerino Balestrassi, Anselmo Tozi e Paulo Ruy Carnelli não tem relação com o PSDB e sim com aliados do governador, que estão neste partido, mas não faria diferença se estivessem em outro. 
 
É verdade que vez ou outra ele precisa se movimentar internamente para conseguir o que quer, como fez no período pré-eleitoral no PMDB. Se aproximou de Rose de Freitas, uma antiga desafeta, para evitar uma retaliação à sua candidatura dentro do PMDB. Passada a convenção, cada um foi para um lado. 
 
Hoje o PMDB é um partido forte no Estado. Tem dois senadores, um deputado federal, quatro deputados estaduais e o governador. Em 2016, Hartung vai tentar emplacar Lelo Coimbra na prefeitura da Capital. Mas isso é mesmo um ganho para o PMDB capixaba?
 
Ricardo Ferraço já não se afina mais com o governador e sua atuação na Câmara é de oposição ao governo federal, o que pode fazer com ele deixe o PMDB, junto com os insatisfeitos. Na bancada estadual há conversas sobre desfiliações de alguns parlamentares. Lelo Coimbra é o presidente do PMDB capixaba, mas se Hartung determinar que ele deixe o partido amanhã, o deputado vai obedecê-lo, sem dúvida. 
 
A política de unanimidade emplacada por Hartung nos seus oito anos de governo no Estado enfraqueceu a política partidária e fortaleceu a política de grupos, de lideranças que em nome do projeto do governo, movimentam seus partidos de acordo com o interesse da figura do governador. 
 
 
Fragmentos:
 
1 – O helicóptero de UTI móvel do Samu foi inaugurada nessa quarta-feira (8) e o ex-governador Renato Casagrande (PSB) foi para o Facebook requerer a paternidade do equipamento, que foi comprado em dezembro do ano passado, ou seja, em sua gestão.

 

2 – “A compra desse helicóptero fez parte do nosso projeto de implementar e expandir o serviço SAMU 192 por todas as regiões do ES, para que os capixabas possam ser atendidos com mais rapidez e eficiência”, disse o ex-governador em sua página.

3 – O deputado federal Carlos Manato (SD) presidiu parte da sessão que deliberou a universalização da terceirização. Como seu gabinete fica bem próximo do plenário é um dos primeiros a registrar presença, o que lhe garante estar na Mesa antes dos demais pares.

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