O Senado aprovou nesta semana a minirreforma eleitoral para a eleição de 2014. A proposta segue para a Câmara para ser aprovada antes do próximo 5 de outubro, para que possa valer para a eleição do ano que vem.
Enquanto tem gente que ainda discute se o melhor era plebiscito ou referendo, os nobres parlamentares fizeram um remendo na legislação, que em nada se parece com o clamor das ruas.
A reforma proíbe cavaletes nas ruas. Até aí tudo bem, os senadores abrem mão de ter suas carinhas estampadas na rua, o que inclusive, evitaria depredação. Mas quando o assunto é o bolso, a conversa é bem diferente.
O projeto libera doações de concessionários de serviços públicos caso não sejam os responsáveis diretos pela doação. Com isso, repasses feitos por empresas ligadas aos concessionários passariam a ter amparo na legislação. Em se tratando de financiamento de campanha, ninguém quer mudanças.
Outro ponto intocável em relação às disputas é a contratação dos cabos eleitorais, que já havia sido rejeitada na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). A alegação de que na verdade a contratação serve de subterfúgio para compra de votos não foi aceita pelos senadores. Isso sem falar no fato do cabide de empregos criado nos gabinetes depois das eleições para abrigar os apoiadores do eleito.
Assim fica difícil saber o que fazer. A população vai para a rua, cobra melhoria nos serviços e moralidade da classe política. Se dizendo obrigados a dar respostas à população, criaram uma cortina de fumaça e acabaram melhorando a situação para o lado deles.
A impressão que fica é que independentemente do quando o povo grite, a classe política simplesmente não se importa. O que muda mesmo é uma limpeza geral. Procurar, e sabemos o quanto é difícil, políticos que estejam mais próximos do grito da rua e usar a única arma que resta: o voto.