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Retrocesso

Com a discussão da reforma eleitoral, esperava-se que a falta de paciência da população com seus representantes políticos fizesse com que o Congresso Nacional avançasse em propostas mais progressistas, que trouxessem mais credibilidade para o processo eleitoral. 
 
A expectativa da opinião pública era de que o Congresso discutisse e aprovasse o financiamento público de campanha, que tornaria o processo mais democrático, evitando que as empresas apostassem em determinados candidatos, condicionando suas atuações institucionais aos interesses dos setores empresariais.
 
Nas últimas eleições, graças a um outro remendo na legislação eleitoral, as doações, por meio de prestações parciais de contas eram mais transparentes. Era possível ver quem estava apostando em quem. Ou no caso das últimas eleições do governo do Estado, era possível ver quem estava apostando em quantos candidatos. 
 
Com as prestações parciais de contas, os recursos caíram, porque o setor empresarial não queria que suas apostas políticas fossem conhecidas. Mas em vez de avançar, o congresso esta semana deu uns 15 passos atrás com a aprovação da doação oculta de campanha.
 
Com essa movimentação, as próximas eleições podem ser as primeiras com o financiamento feito de forma que seja impossível detectar o vínculo entre financiadoras e financiados. Além da falta de transparência, item tão cobrado na política atual, e da falta de equilíbrio entre as campanhas, o problema principal está no que vem depois. 
 
Empresas não doam dinheiro para político porque querem desconto no imposto de renda ou porque são boazinhas. Apostam em políticos porque têm interesse em conseguir incentivos fiscais e liberações ambientais para a instalação de suas unidades. 
 
Como diz o ditado, quem paga a banda escolhe a música. O problema é que agora não poderemos saber quem está pagando a banda, só teremos o direito de sambar conforme a música. Neste sentido fica realmente difícil acreditar que os agentes políticos terão condições de conquistar a credibilidade com seu eleitorado. 
 
Fragmento:
 
1 – Os deputados estaduais aprovaram na tarde desta terça-feira (15) uma homenagem justa, mas inconstitucional. A comenda José Maria Pimenta”, a ser concedida pela Assembleia Legislativa do Estado aos Servidores Ativos, Aposentados e Inativos.
 
2 – É que as comendas, mesmo sendo para os servidores do próprio poder, não podem ser em homenagem a personalidades vivas. E Pimenta está vivinho da silva e com saúde. A situação gerou um certo constrangimento nos deputados que entenderam que a proposta era inconstitucional. 
 
3 – A questão colocada pelo deputado Sandro Locutor (PPS) sobre a falta de afinidade do diretor presidente da Ceasa José Carlos Buffon com o cargo remete a uma situação antiga na gestão pública. A acomodação partidária sem atenção à condição técnica do escolhido. 

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