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Rosie, a rebitadeira

Além do Dia das Mães, nesse 8 de  maio se comemorou também o chamado Dia V, de Vitória – o fim da Segunda Guerra Mundial. Já se passaram 70 anos, não tem tanto tempo assim, mas não fossem por alguns filmes, os eventos que abalaram – e mudaram – o mundo já teriam sido esquecidos. Mesmo sendo estudados nas faculdades, as novas gerações veem essa guerra com o mesmo desinteresse da Guerra dos Cem Anos ou da Guerra Civil Americana. Passado.
 
Guerras sempre tivemos e teremos, mas essa foi a mais sangrenta e mais abrangente,  envolvendo 30 países e matando 85 milhões de pessoas. Número esse muito aquém da realidade, porque não há como calcular efetivamente o número de mortes numa guerra, pois não se morre apenas de tiros e bombardeios. Sem falar ainda dos prejuízos financeiros. A Segunda Guerra custou  U$1 trilhão em 1945, atualizados em 2005 para U$11.292.682.078.166,00.
 
Em tempo de guerra, naturalmente, chegam os racionamentos, mesmo nos países que não lutam. Em 1942, a América iniciou seus programas de racionamento, controlando o consumo de combustível, alimentos e roupas. O governo distribuía selos de racionamento para as compras e usava posteres para conscientizar a população: “Viva com menos, para que ‘eles’ tenham o necessário”.  Eles, no caso, eram os soldados americanos nas frentes de batalha.
 
Para contornar o racionamento de comida plantavam hortas nos quintais. Em 1945, havia 20 milhões de “Hortas da Vitória” no país, produzindo 40% dos vegetais consumidos pela população.  Com os  homens lutando na Europa, as mulheres foram para as fábricas, assumindo funções até então consideradas masculinas, como eletricistas, soldadoras e rebitadeiras na indústria bélica. Para incentivar as mulheres a irem para as fábricas, surgiu uma canção que ficou famosa: Rosie, a rebitadeira.
 
O ator Walter Pidgeon visitou uma fábrica de aviões no Michigan, fazendo um filme promocional para incrementar a venda dos bônus de guerra. Uma das funcionárias da fábrica, Rose Will Monroe, que trabalhava como rebitadeira na construção dos bombardeiros B-24 e B-29, foi escalada para aparecer  no filme.  E assim nasceu a autêntica Rosie the Riveter. O poster com uma jovem  de lenço de bolinha no cabelo mostrando os músculos,  é muito popular aqui.
 
Com o prolongamento da Segunda Guerra, cada vez mais homens seguiam para os campos de batalha, levando as mulheres a ocuparem suas posições também nas fábricas de produtos não relacionados com a guerra. Nos anos 40, a percentagem de mulheres trabalhando era de 36%.  Embora hoje o Dia V seja  comemorado em alguns países, a maioria esqueceu da data. Hanna, uma judia, talvez seja a última pessoa a “manter o clima”. Hanna nunca perdoou o filho por se casar com uma descendente de imigrantes alemães, e nunca aceitou a nora, embora nesse ano o casal tenha comemorado 45 anos de casados.

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