O prefeito Luciano Rezende (PPS) pode até tentar fingir que não é com ele e permanecer fora de cena, mas não terá como escapar das cobranças em relação ao bairro que tanto explorou como vitrine política em seu mandato e campanha eleitoral, o Centro de Vitória. Se antes já devia explicações pela gritante omissão no Carnaval, agora mais ainda com esse Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público Estadual (MPES), que apesar de decretar o esvaziamento do bairro, excluiu do processo os principais atores, sociedade civil e comerciantes. As novas regras, que permitem mesas e cadeiras dos bares somente até as 23 horas nas ruas Sete e Gama Rosa, são apontadas como toque de recolher. E, de fato, são. O absurdo da imposição gerou reações e um protesto será realizado nesta sexta-feira (17) na Rua Sete. Outros certamente virão. Foi neste local, exatamente, onde Luciano Rezende posou para foto em 2015, quando inaugurou a Rua Viva e vendeu como mais uma ação de suas ações de revitalização do Centro. Naquela época, o prefeito dizia defender a “cidade para as pessoas”. Agora, não mais. A Rua Viva dará lugar a uma Rua Morta, que prejudica a economia, a segurança e a cultura de um bairro que vinha se consolidando como importante ponto de efervescência no Estado. Qual é, afinal, a dificuldade que o prefeito da “Gestão Compartilhada” tem de promover o debate? Já passou da hora de colocar a “cara na reta”, Luciano!
Só o começo
Entre as diversas manifestações sobre a polêmica nas redes sociais, o presidente da Associação Cultural Capixaba (Cuca), Carlos Rabello, tratou a postura de Luciano típica “de um prefeito arrogante, inseguro e incompetente”. E avisa: os movimentos culturais e de moradores do Centro de Vitória são organizados e vão reagir.
Só o começo II
Diz mais, e tem razão: “Onde tem bar aberto tem segurança porque existem pessoas nas ruas; os bares são importantes para a economia do bairro e a queda nas vendas significa desemprego em toda a região; ruas desertas à noite significam insegurança para todos; ruas desertas e insegurança aumentam a violência; com o aumento da violência os imóveis perdem o valor; o toque de recolher vai afetar o movimento cultural do bairro, que é centenário”.
Mal das pernas
Quem tem tudo para se afundar junto com o prefeito nessa, e pelo visto já está, é o presidente da Câmara de Vereadores, Vinícius Simões (PPS). Do mesmo partido de Luciano e com reduto eleitoral no Centro, tem demonstrado total incapacidade em intervir na questão. E se depender do prefeito para aliviar sua barra, pelo visto, está perdido.
Para onde vai o ‘colchão’…
Enquanto isso, Luciano Rezende vai ampliar o orçamento com publicidade em R$ 2,19 milhões. Os recursos sairão do superávit financeiro da prefeitura no ano passado. Ao todo, foram abertos R$ 13,09 milhões em créditos suplementares. É, vai precisar de publicidade, mesmo!
Investigado
O prefeito de Aracruz (região litoral norte), Jones Cavaglieri (SD), foi notificado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) para se manifestar sobre uma denúncia por supostas irregularidades em nomeações. O principal alvo da investigação é o Instituto de Previdência dos Funcionários Públicos (Ipasma).
Investigado II
A prefeitura também é investigada pelo Ministério Público Estadual (MPES) por possível irregularidade na contratação da empresa para executar o serviço de decoração de um viaduto, cuja obra estava prestes a ser inaugurada. Um inquérito civil foi aberto para apurar o caso. Existem ainda informações de que outras suspeitas pairam sobre a gestão de Jones…
Na Capital Federal…
O corregedor-geral de Justiça capixaba, desembargador Ronaldo Gonçalves de Sousa, está em Brasília, onde tem audiência marcada com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux. Ele é o relator da ação que está adiando o desfecho do concurso público para cartórios. Hoje, a conclusão do concurso – aberto em 2013 – depende do aval do ministro.
Qual o interesse?
Sérgio Majeski (PSDB) recorreu ao governo Lula para criticar o Pacto pela Aprendizagem enviado por Hartung à Assembleia. O tucano lembrou que no governo petista, havia um plano de ação e metas bem específicas no projeto nacional, enquanto o texto enviado pelo governo destaca apenas a possibilidade de convênios com a iniciativa privada, mas não diz sequer o objetivo do plano. Ah, a iniciativa privada…
Nas redes
“Acabei de sair do gabinete do Ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, onde entreguei um estudo aprofundado com os impactos da Reforma Trabalhista e da Previdência. Deixamos claro que é importante facilitar as relações de trabalho e criar segurança jurídica. Mas não podemos contribuir para o aumento do desemprego, é preciso resguardar direitos preservando o trabalhador”. (Deputado federal Sérgio Vidigal – PDT – no Facebook).
PENSAMENTO:
“A ambição é o último recurso do fracassado”. Oscar Wilde