Com uma suspeita pesquisa publicada domingo (3) no jornal A Gazeta, o Instituto Futura iniciou o processo de derrubada das possibilidades eleitorais do senador Magno Malta (PR) para disputar o governo, baseado-se meramente numa suposição de que ela possa vir a surgir mais na frente.
Bastou o senador aparecer, em uns míseros minutos na TV, para que as elites capixabas se tomassem de receio acionando imediatamente alguns de seus instrumentos mantenedores de poder. No caso específico, o próprio Instituto Futura e a Rede Gazeta.
Depois que o ex-governador Paulo Hartung (PMDB) passou a dar comando às elites capixabas, elas nunca estiveram tão bem. Deu-lhe inteligência, unidade, ousadia e estratégia. Além de juntar-lhes as transnacionais que operam no Espírito Santo e levando também para dentro dela a parte expressiva do Judiciário, o Ministério Público e a Assembleia Legislativa
Foram oito anos de PH no governo contemplando as transnacionais e as grandes empresas do Estado. Se forem rebuscar os seus ganhos vão encontrar amealhando fortunas em esquemas montados dentro do governo de PH, a exemplo da Águia Branca (a historia é extensa para o espaço de uma coluna).
Vejam como eles são ousados: nas últimas eleições no Estado, de prefeitos e vereadores, o Futura chegou ao cúmulo de tentar eleger o candidato das elites na Capital, que era o Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), na marra, montando, de última hora, uma farsa de uma reação que lhe daria a vitória sobre Luciano Rezende (PPS).
O atual governador Renato Casagrande, entre as razões pelas quais virou governador, encontra-se a sua insistência em disputar as eleições contra o então candidato das elites, o senador Ricardo Ferraço (PMDB). Mesmo sem possibilidades aparente, ameaçou a unidade do sistema. Deram-lhe o governo e ele corresponde com um governo de continuidade.
Uma disputa eleitoral com o senador Magno Malta é diferente. É uma guerra contra as elites. Enorme risco, tanto ele ganhando o governo como perdendo. Magno é hoje um dos raros políticos no Estado que não se dobra as elites capixaba, por via de consequência também e não se dobrar ao ex-governador Paulo Hartung. Se vier a disputar o governo, teremos finalmente uma eleição de verdade, com um candidato ligado ao eleitorado mais pobre se opondo ao candidato dos poderosos.