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Selo Odebrecht

Chamou atenção a história divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo nessa terça-feira (25) da ex-secretária executiva trilíngue da Odebrecht, Ana Lúcia Leopoldino, 55, que desde que foi demitida da empresa em dezembro de 2015 não consegue arrumar outro emprego. Motivo? Ter trabalhado na empresa acusada de oferecer propina a políticos de todo o País.  

A secretária afirmou à Folha que embora nunca tenha estado na mira das investigações da operação Lava Jato, tem sido vítima de preconceito na busca por emprego. “Estamos sofrendo discriminação. A gente percebe no semblante do entrevistador o 'não'. E o 'não' vem exatamente porque viemos da Odebrecht”, disse a ex-secretária ao jornal.

Transportando para o cenário político capixaba. A experiência da secretária assusta, sobretudo quem precisa disputar votos no ano que vem e foi citado pelos delatores como lideranças com quem negociaram recursos para as campanhas via caixa dois ou foram listados nas planilhas da empresa para receber os recursos para as campanhas de 2010 e 2012.

O governador Paulo Hartung (PMDB) parece ter sentido mais o baque. Mudou sua rotina depois da divulgação da delação de Benedicto Júnior, ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura. Hartung tiraria férias por causa de um procedimento médico realizado na bexiga, mas não se desligou totalmente do governo.

As agendas externas estão sendo tocadas pelo vice, César Colnago (PSDB), mas o peemedebista tem se reunido com lideranças políticas e empresariais para tentar recuperar sua credibilidade com os meios políticos.  Tem evitado o público para não aumentar o desgaste.

Embora seja um alvo mais visível, por ser o governador do Estado, ele não é o único em situação complicada. Se na iniciativa privada, narizes são torcidos para funcionários da Odebrecht, imagina o eleitor sendo abordado por um político citado nas delações da Odebrecht.

O selo colado nas lideranças políticas de envolvimento com a empresa, vai afastar o eleitor e ser usado e abusado por adversários políticos no processo eleitoral. A narrativa construída em torno da Lava Jato, joga por terra as imagens dos políticos ligados de alguma forma à operação e pode trazer muita dificuldade para a sobrevivência política de muita gente.

Fragmentos:

1 – Os deputados federais capixabas se dividiram entre a votação da reforma trabalhista e um encontro com o ministro do Meio Ambiental para pedir a retirada dos pescadores capixabas da Portaria 445/2014, que proíbe a pesca de espécies sob ameaça de extinção. Essa divisão vai dar o que dar o que falar.

2 – O senador Magno Malta (PR) gosta mesmo de pegar carona em temas polêmicos. Agora já aparece com a ideia da CPI da Baleia Azul. Será mais um tema que será esquecido, quando a onda de notícias acabar?

3 – Essa pode até garantir um pouco de holofote, já que a das próteses ficou pelo caminho. Até porque mexer com uma máfia tão complexa não é tão fácil quanto lidar com assuntos genéricos como pedofilia, narcotráfico, entre outros.

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