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Sem maquiagem

Sem recursos e com o curto tempo de campanha, a eleição deste ano é bem atípica. Não se vê o mesmo brilho das disputas anteriores. Isso porque as novas regras de financiamento de campanha dificultaram as movimentações dos candidatos em todos os níveis. Os comícios, os programas superproduzidos, as caminhadas acompanhadas de séquito muito bem remunerado para distribuir santinho, balançar bandeira e cantar com volúpia o jingle.

Faltando 17 dias para os capixabas irem às urnas, a eleição não decola nem mesmo na Capital, que, em tese, tem mais visibilidade e mais recursos do que outros municípios. Mesmo em Vitória não se vê volume de campanha. E não se trata apenas de falta de recursos. Até porque, para alguns palanques está chegando grana sim, se não pelo “caixa um”, pelo “dois”, certamente.

Há uma confluência de coisas que tornaram a eleição atípica. As novas regras são causaram mudanças, mas não é só isso que faz desta eleição atípica. A falta de interesse do eleitor na disputa é patente e os candidatos não estão encontrando formas alternativas de furar a repulsa para chegar até o eleitor.

Com a retirada de toda a maquiagem da eleição, restou apenas aos candidatos apresentarem suas propostas, mas a questão é: os eleitores estão dispostos a ouvir propostas? A verdade é que a aversão ao cenário eleitoral é grande e a avaliação da classe política é a pior possível. Por isso o eleitor não quer nem ouvir e (a maioria) ainda também não tem maturidade política para discutir os problemas da sua cidade de forma propositiva com os postulantes a governá-los. Muita gente, a maioria, não entende sequer as atribuições de cada cargo.

Se o objetivo era diminuir a compra de votos, isso não resolveu. O que resolveu mesmo foi tirar a fantasia que desviava o foco do debate político e transformava  a eleição em uma grande festa. Uma vez desnudo, o processo eleitoral mostrou o que realmente é uma classe política sem propostas convincentes, um eleitorado sem maturidade para discutir política e muitos interesses econômicos ainda envolvidos nas discussões.

Fragmentos:

1 – Pregando falta de recursos durante todo seu mandato, o prefeito da Serra, Audifax Barcelos (Rede) levou o discurso para a campanha. Em suas redes sociais, o redista mostra as realizações com o slogan: “Apesar das dificuldades, Audifax fez”

2 – Município mais populoso do Estado e segundo maior colégio eleitoral, a Serra tem nada menos do que 478 candidatos a vereador. Vila Velha tem 330 candidatos. Vitória tem 258 e Cariacica tem 359.

3 – Os redistas aguardam a vinda de Marina Silva ao Estado, o que deve acontecer a partir da próxima semana. Acreditam que a vinda da presidenciável irá alavancar as candidaturas no Estado. Será?

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