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Sempre imprevisível

Os movimentos do deputado estadual Theodorico Ferraço (DEM) não são constantes. Ele já deixou bem claro que suas incompatibilidades com o governador Paulo Hartung (PMDB) são irreconciliáveis, mas a expectativa do mercado político era de que com a aproximação do governador com o filho do deputado, o senador Ricardo Ferraço (PSDB), a situação com o pai ficasse sob controle. Mas não é bem assim.

Agora, Theodorico ameaça inviabilizar a aprovação do Orçamento 2018, por causa da manobra para a retirada de assinaturas de seu requerimento de destaque das emendas rejeitadas pela Comissão de Finanças, a pedido do líder do governo Rodrigo Coelho (PDT) – que adversário políticos em Cachoeiro de Itapemirim, nunca se afinou com Theodorico, diga-se de passagem.

Volta e meia, Ferração surpreende o Palácio Anchieta, deixando o governador em maus lençóis. Em março passado, o deputado apresentou um requerimento no mínimo constrangedor para a Assembleia, pedindo que a Casa encampasse uma briga pela apuração sobre a antecipação de royalties sobre o petróleo.

Em contrato celebrado em 2003 (aditado em 2005), o governo capixaba cedeu à União um crédito referente aos royalties futuros de 62,9 milhões de metros cúbicos de petróleo e 6,2 bilhões de metros cúbicos de gás natural, a ser pago em parcelas mensais. O crédito total foi avaliado em R$ 615,9 milhões e adquirido pelo governo federal por R$ 350,7 milhões. Tudo isso na primeira parte da Era Paulo Hartung.

Fora da Assembleia, Ferraço também causa preocupação. A possibilidade de ele deixar o DEM, juntamente com a mulher, a deputada federal Norma Ayub, tira do controle palaciano os movimentos do deputado. No DEM, de Rodney Miranda, acompanhar as ações do deputado seria mais fácil, fora do partido, não. Ainda mais com a amizade recente, porém profunda, do deputado com o grupo do ex-governador Renato Casagrande (PSB).

Fragmentos:

1 – Hartung esteve em São Paulo para a  reunião do Conselho Superior e Encontro Anual 2017 do Movimento Brasil Competitivo (MBC). Também participaram do encontro o ex-ministro Aldo Rebelo; ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad; e o fundador do Partido Novo, João Amoêdo. Nessa segunda, um dos membros do partido, o pretenso candidato a governador de Minas, Romeu Zema, elogiou o governador.

2 – No encontro, Hartung testou em um evento nacional a nova fase de sua narrativa da excelência. Disse que apesar das leis arcaicas que regem o País, o Espírito Santo tem sido um caso de sucesso. Ele defendeu as reformas e disse que o Estado está preparado para o cenário “pós-crise”.

3 – O roteiro de Hartung para a construção de um discurso nacional teve início com a construção de um cenário de caos, com seu retorno ao governo, encontrando um cofre vazio e uma situação de descontrole econômico, passando pela política de austeridade, que fez o capixaba “comer sal”, e culminando com a total recuperação do Estado, com investimentos sociais. Embora isso seja apenas a construção de uma narrativa política, tem convencido muita gente Brasil afora.

 

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