As inseguranças políticas sobre as regras eleitorais para o próximo ano, sobretudo em relação à janela de migração, é um ponto que preocupa a classe política. Como se não bastasse, a notícia de que o governador Paulo Hartung (PMDB) pode mudar de partido também deixa as lideranças em compasso de espera.
É um movimento tradicional das lideranças, sobretudo a prefeitada, migrar para o partido do governador em busca de aproximação política. Quando Hartung foi para o PMDB, para a disputa à reeleição em 2006, levou com ele cerca de 50 quadros, uma boa parte de prefeitos.
Quando Renato Casagrande venceu a eleição, fez crescer o PSB, embora o perfil do partido não seja tão aberto quando o do PMDB, o que acabou sendo uma barreira para a entrada de lideranças. Mesmo assim o partido conseguiu 22 prefeituras na eleição de 2012.
Isso acabou não se convertendo necessariamente em apoio político em 2014 ou porque os prefeitos não eram naquele momento os puxadores de votos ideais, dada a crise nos municípios ou porque já haviam mudado de lado mesmo.
Com a derrota do socialista na disputa à reeleição no ano passado, os prefeitos querem deixar o ninho da pomba e a direção do partido tenta encontrar soluções para evitar a debandada. Não está funcionando. Muita gente quer sair do partido para tentar se aproximar de Hartung, visando à eleição do próximo ano e a manutenção de uma relação institucional com o Palácio Anchieta.
Mas, ir para onde? Hartung quer se afastar do PMDB, que hoje está no governo federal, que por sua vez está naufragando com o PT. Se aproxima da oposição, porém, sem assumir uma posição de ataque ao governo. Os motivos de Hartung buscar o caminho do PSDB já foram explorados por Rogério Medeiros em sua coluna No cavalo ganhador desse domingo (13). Mas para os prefeitos o que importa é estar mais próximo possível do poder, tenha ele que nome tiver e tenha a coloração partidária que tiver.
Daí o momento de espera. Agora, observa-se o rumo que Hartung apontar para depois seguir o mestre. Sozinho é que ele não vai se filiar.
Fragmentos:
1 – Depois da eleição de Luciano Rezende (PPS) em Vitória com a bandeira da taxa de marinha todo mundo parece estar querendo pegar carona na pauta. O senador Ricardo Ferraço (PMDB) e o deputado federal Sergio Vidigal (PDT) vêm falando no assunto. Quanto mais melhor, quem paga taxas altas nesses terrenos agradece. Mas nos meios políticos a aposta é de que se fosse feito um exame de DNA, o pai da criança seria o deputado federal Lelo Coimbra.
2 – O ex-governador Renato Casagrande quer mesmo ser pop. Ele participa até de corrida de rolimã no bairro da Penha, em Vitória.
3 –A grave situação das prefeituras do Estado está desanimando os atuais prefeitos em relação a 2016 e empolgando os adversários, com a promessa do governador em abrir o cofre em 2017.