Toda eleição municipal é a mesma história, os candidatos mostram um grande interesse em dar efetividade à integração da região metropolitana. Assim que acabou a eleição foi a vez do governador Paulo Hartung (PMDB) ressuscitar o assunto.
Na conversa que teve com o prefeito eleito de Vila Velha, Max Filho (PSDB), o governador dá a entender que os prefeitos precisam buscar a união para a solução dos problemas comuns na Grande Vitória. A constatação que parece óbvia, não é tão simples. Se fosse, já estaria funcionando.
Os quatro maiores municípios da Grande Vitória (Capital, Vila Velha, Cariacica e Serra), mais Viana, são cidades muito diferentes, com problemas muito particulares e com situações financeiras também diversas. O problema da união dos municípios está no rateio das contas.
Serra é uma cidade grande, populosa, com uma geografia que isola os bairros, mas, com uma situação financeira que atende ao seu tamanho. Hoje, o município é o que tem uma situação mais confortável em termos de arrecadação diante da crise econômica que afeta a maioria dos municípios capixabas e do Brasil.
Vila Velha, também é grande, também é populosa, tem problemas estruturais sérios, está abaixo do nível do mar, tem um problema crônico de mobilidade urbana no que diz respeito à ligação com Vitória, sobretudo em relação às pontes. Diferentemente da Serra, a arrecadação em Vila Velha está a quem das necessidades do município, e as projeções para 2017, depois da complicada gestão de Rodney Miranda (DEM), não apontam para uma estabilidade inicial.
Cariacica é, talvez, o mais problemático dos quatro maiores devido ao isolamento do município e a complicada situação socioeconômica. É o município mais pobre da Grande Vitória e precisa de muita ajuda mais substancial dos governos do estadual e federal. Já Vitória é geograficamente pequena, rica, e seus problemas são gerados em grande parte pelo impacto de estar justamente no centro dos demais municípios. Essa posição central faz Vitória receber todas as demandas dos vizinhos, principalmente as relacionadas à mobilidade.
Para os meios políticos, essas diferenças tornam difícil imaginar a adoção de políticas consorciadas para região. Tudo bem que o momento de crise é o mais apropriado para falar sobre o assunto. Com pouco dinheiro, as soluções conjuntas podem baratear os custos de políticas públicas e até de obras. Mas há muitos interesses políticos em jogo.
Ao que parece ao jogar com o assunto, o governador quer mais atrair os prefeitos para estabelecer uma base de aliados, aparando arestas e esvaziando o grupo de seu principal desafeto político, Renato Casagrande (PSB). Por enquanto, não se vê nada de prático nesse discurso.
Fragmentos:
1 – A bancada capixaba tem agenda oficial com o presidente Michel Temer (PMDB) nesta quarta-feira (16), às 10h, para debater as pautas estruturantes e emergenciais do Estado, como a Concessão da BR 262 à iniciativa privada.
2 – O prefeito da Serra, Audifax Barcelos (Rede), participa de um culto de ação de graças por sua recuperação depois de ter enfrentado sérios problemas de saúde. O ato religioso será na Igreja Quadrangular, em Nova Carapina II, nesta terça-feira (15), às 19h30.
3 – O “point” político do fim de semana prolongado foi o 2° Leilão Solidariedade em benefício do Hospital Maternidade São Camilo, do Recanto do Ancião, do Hospital Rio Doce, do Afemol, Pestalozzi e do Lar do Idoso. O evento aconteceu no sábado (12), em Aracruz.